O médico cardiologista Dr. Gilberto Lahorgue Nunes segue esclarecendo
dúvidas de pacientes e questões que chegam por meio de suas redes sociais.
Atenção para sinal de cansaço após cateterismo.
Não é normal sentir cansaço após o cateterismo. O procedimento não causa cansaço.
Se a pessoa apresenta cansaço ou dor no peito após o cateterismo é sinal de que algum problema aconteceu.
O cansaço pode ser um alerta para alguma complicação relacionada ao exame ou uma manifestação da doença cardíaca, que levou o médico a solicitar esse cateterismo.
Sentir-se cansado após o cateterismo é sinal de que alguma coisa não está indo bem e, consequentemente, o seu médico deve ser consultado imediatamente.
Após o cateterismo, é necessário que a pessoa fique um período de observação no hospital, que pode ser de 3 a 4 horas quando feito pelo punho, e de 4 a 6 horas quando pela virilha.
Geralmente, se a atividade profissional requer deslocamento, recomenda-se que isso ocorra no dia seguinte ao exame. Já se for um trabalho em casa, home office, no computador, por exemplo, é possível trabalhar no mesmo dia do procedimento após ser liberado para casa. “Sempre tendo o cuidado de, se o cateterismo tiver sido feito pelo punho, não forçar o braço no qual foi realizado, pegando peso ou digitando durante muito tempo no computador”, ressalta o cardiologista.
No caso de ter sido pela virilha, indica-se para o paciente não caminhar demais e não subir escadas frequentemente. Também é aconselhado, no caso de trabalhar sentado, tentar, na medida do possível, ficar com a perna em que foi feita a punção esticada.
Comunicado recente da Organização Mundial de Saúde (OMS) destaca que existe uma ligação “provável” entre casos de inflamação no coração e a injeção de vacinas contra a covid-19 que usam a tecnologia de RNA mensageiro.
O médico cardiologista Dr. Gilberto Lahorgue Nunes explica a relação entre vacinas e o problema cardíaco, alertando que não há razão para pânico.
Recentemente, foram publicadas notícias na mídia sobre a ocorrência de miocardite após pessoas, especialmente nos Estados Unidos, terem recebido a vacina contra a Covid-19, especificamente, os imunizantes da Pfizer e da Moderna, uma tecnologia nova que utiliza o RNA mensageiro.
A miocardite é uma inflamação do músculo cardíaco, que pode se manifestar com episódios de falta de ar, dor no peito e, eventualmente, palpitações.
Alguns pontos são importantes de serem ressaltados em relação a essa ocorrência. Em primeiro lugar, tanto os órgãos americanos quanto os europeus de controle de vacinas revisaram criteriosamente todos esses casos. A miocardite após a vacinação é bastante rara. De modo geral, acontecem 41 casos por milhão de doses de vacina aplicadas.
Normalmente, essa reação acontece alguns dias depois de tomada a segunda dose da vacina. A maioria dos pacientes acometidos é de jovens do sexo masculino com idade abaixo de 29 anos. Outro ponto importante é que na grande maioria dos casos, o quadro de miocardite é leve e, normalmente, regride com cuidados convencionais para esse tipo de afecção.
Finalmente, a análise dos números de casos ocorridos quanto à gravidade, comparada com o número de pessoas imunizadas, levou a conclusão de que os benefícios da vacina contra a Covid-19 em muito superam os riscos de desenvolvimento de miocardite, que, como falado anteriormente, é bastante rara e tende a ser um acometimento leve.
Não há razão para pânico. Não há motivo para se evitar tomar a vacina. O fundamental é estar alerta para que, se após a segunda dose, especialmente se a pessoa tiver idade abaixo de 29 anos, surgirem alguns sintomas, como falta de ar, dor no peito ou palpitação, procure imediatamente o serviço de saúde para se avaliado.
Como já abordado em dúvidas anteriores enviadas à nossa clínica, o cateterismo pode ser feito pelo punho (técnica radial) ou pela punção de uma artéria na região da virilha (técnica femoral). O tempo de repouso para o paciente vai depender do local no qual foi feito o procedimento.
Quando o cateterismo é feito pelo punho, o tempo de repouso é geralmente em torno de três a quatro horas, período no qual fica uma pulseira compressiva ou um curativo compressivo colocado no punho. Após esse período, a pulseira é retirada, e o paciente é liberado para casa. É importante ressaltar que durante esse tempo de observação no hospital, o paciente pode ficar sentado, pode se levantar e caminhar, ir ao banheiro, sem necessidade de repouso na cama.
Já quando o cateterismo é feito pela virilha, isso não acontece. O paciente tem que ficar imóvel, deitado, sem mexer a perna na qual foi feita a punção da artéria femoral, por um período que varia de quatro a seis horas. Só depois desse tempo é que o indivíduo é liberado para poder caminhar e, se tudo estiver de acordo com o esperado, então, ele pode ser liberado para casa.
O cardiologista Dr. Gilberto Nunes explica que os cuidados após a realização de um cateterismo estão diretamente relacionados ao local em foi feito o procedimento.
Os cuidados básicos após a realização de um cateterismo estão, geralmente, relacionados ao local no qual foi feita a punção da artéria para a realização do procedimento.
Quando o cateterismo for feito para diagnóstico, normalmente, o paciente fica de duas a três horas no hospital, se for feito pelo punho, e de quatro a seis horas, se feito pela virilha.
Em um cateterismo realizado pela virilha (via artéria femoral), nesse período de repouso a pessoa deve com a perna imóvel, para evitar ocorrência de sangramento no local da punção. Se o cateterismo for pelo braço (via radial), é feito um curativo compressivo, colocada uma pulseira, que vai sendo gradualmente desinsuflada, de maneira que a pessoa pode se movimentar livremente após a realização do procedimento.
Depois que o paciente de um cateterismo pelo punho for liberado para casa, a recomendação é de não fazer grandes esforços com o braço direito, no qual foi feito o exame, nas primeiras 24 horas, ou seja, não dirigir, não pegar peso.
No caso do cateterismo ter sido realizado na virilha, recomenda-se durante esse mesmo período (24 horas) não forçar demais a perna na qual foi realizado o exame, ou seja, não caminhar demais e não subir escadas de maneira frequente.
Muitas pessoas se referem a doenças cardíacas como sendo uma veia entupida no coração, trazendo uma pergunta recorrente: “como saber se a veia do coração está entupida?”. O médico cardiologista Dr. Gilberto Nunes esclarece que, inicialmente, é importante fazer uma diferenciação entre o que é veia e o que é artéria.
As veias são os vasos que drenam o sangue não oxigenado dos tecidos e o levam para o pulmão, onde ele é oxigenado. As artérias, por outro lado, são os vasos que conduzem o sangue oxigenado para irrigação e oxigenação dos tecidos.
Dessa forma, doenças acometendo veias cardíacas são extremamente raras. O que é muito mais comum são doenças acometendo as artérias coronárias, que são as que irrigam o músculo cardíaco. Podem causar desde quadros de angina, que é aquela dor no peito em aperto e que surge geralmente associada ao esforço físico, até a oclusão total das artérias coronárias, levando a uma situação de infarto agudo do miocárdio, no qual o músculo cardíaco, por falta de recebimento do sangue oxigenado e da sua irrigação, acaba morrendo e levando uma parte do músculo cardíaco a não funcionar ao longo do tempo.
Causas do “entupimento” das artérias – As pessoas perguntam “o que entope as veias do coração” – no caso as artérias coronárias. O processo de aterosclerose começa muito cedo na vida. Existem evidências de crianças e adolescentes já com pequenas placas de gordura nas artérias coronárias no seu estágio inicial nessa faixa etária. Fumo, obesidade, presença de colesterol alto, pressão alta e diabete contribuem para a progressão da obstrução ao longo dos anos, levando ao surgimento de sintomas – dor no peito ou cansaço desproporcional ao se fazer uma atividade física.
A detecção de obstruções ou de entupimentos em artérias cardíacas pode ser feita por meio de exames não invasivos, como teste ergométrico, cintilografia do miocárdio, ecocardiografia de estresse ou mesmo ressonância cardíaca.
Num extremo mais invasivo, o diagnóstico pode ser feito pelo cateterismo cardíaco, geralmente indicado quando o paciente apresenta um quadro instável, com risco de evolução para um infarto do miocárdio, ou quando os exames não invasivos mostram uma grande área do músculo cardíaco com irrigação deficiente.
Sobre o diagnóstico por cateter – Cateterismo cardíaco é o nome genérico que se dá para todos os procedimentos em que o coração é acessado por intermédio da introdução de cateteres, com a punção de uma artéria ou uma veia.
Na grande maioria dos casos, quando se fala em cateterismo cardíaco, está se referindo ao estudo realizado das artérias coronárias visando à detecção de obstrução ou de entupimento desses vasos.
Hoje em dia, esse tipo de procedimento diagnóstico invasivo é realizado basicamente para determinação da presença ou não de obstruções (estreitamentos) das artérias coronárias (neste caso, ele é chamado de cinecoronariografia).
Além de ser o padrão-ouro para a identificação dessas obstruções, a cinecoronariografia também determina se há a necessidade ou não do seu tratamento.
De modo geral, o cateterismo é um exame bastante rápido, realizado em torno de 15 a 20 minutos. No caso do cateterismo ser feito para tratamento de uma doença cardíaca, o tempo pode variar de 30 minutos a duas ou três horas, dependendo da complexidade do caso a ser tratado.
O tratamento das obstruções das coronárias por cateter pode ser realizado por duas vias de acesso. A primeira delas, utilizada há mais tempo, é feita pela punção de uma artéria localizada na região da virilha (artéria femoral). Mais recentemente, uma outra via de acesso ainda menos invasiva foi desenvolvida, utilizando a punção de uma artéria localizada no punho (artéria radial).
A utilização da artéria radial apresenta várias vantagens em relação ao acesso tradicional, pela virilha. Você pode obter mais informações sobre essa via de acesso e suas vantagens na aba “Acesso Radial”.