Fatores de risco modificáveis: índice de massa corporal
As mortes globais e a incidência das doenças cardiovasculares (como infarto e acidente vascular cerebral ou AVC) são explicáveis em grande parte pela presença de cinco fatores de risco amplamente conhecidos e modificáveis. Essa é a conclusão apontada pelo estudo realizado pelo grupo de pesquisadores do “The Global Cardiovascular Risk Consortium”, que foi recentemente publicado na renomada revista médica “The New England Journal of Medicine” e que o cardiologista Dr. Gilberto Lahorgue Nunes analisa em seu quadro semanal no Programa da Regina (domingos, 18h, Canal Bah!, canal 20 da Claro TV).
A obesidade é uma epidemia mundial. No Brasil, estima-se que entre 40 e 50% da população ou sejam obesas ou tenham sobrepeso. No Rio Grande do Sul, esse índice pula para 57%. O índice de massa corporal (IMC), uma medida muito utilizada para a quantificação do excesso de peso, foi o primeiro dos fatores de risco modificáveis identificado no estudo.
Para definir se uma pessoa é obesa ou não, é necessário saber não só o peso, mas também a sua altura. O IMC é calculado dividindo-se o peso corporal pelo quadrado da altura em centímetros. O IMC considerado normal é até 24,9, tanto para homens quanto para mulheres. Se este índice estiver acima de 25 indica a presença de sobrepeso e, se for superior a 30, o diagnóstico é de obesidade grau I (numa escala que vai até a obesidade grau III chamada de obesidade mórbida). Importante ressaltar que o aumento do peso corporal é um fator de risco cardiovascular que pode ser modificado principalmente por intermédio de mudanças no estilo de vida.
Questão de saúde pública
Há vários estudos que indicam que existe uma correlação entre obesidade e doença cardiovascular e, também, com outras doenças (como o diabetes, por exemplo.) “Consequentemente, é necessário tratar a obesidade ou o excesso de peso como um problema de saúde pública. Não se trata de fazer nenhum julgamento de valor ou estético. Estamos falando de saúde e quanto mais próximo o indivíduo estiver do peso ideal, melhor para a sua saúde”, ressalta o Dr. Gilberto.
Na maioria dos casos, obesidade está relacionada a dois fatores básicos: excessiva ingesta de calorias (alimentos contendo carboidratos ultraprocessados, por exemplo) e a falta de atividade física regular. “Não é uma questão de quantidade, mas sim de qualidade da alimentação. O importante é ter uma dieta balanceada e saudável”, enfatiza o Dr. Gilberto. “Além disso, da mesma forma que a pessoa geralmente conhece o seu tipo sanguíneo, é importante saber o seu IMC, com o objetivo de estar atenta à possibilidade de uma aproximação do limite do índice de obesidade, que é acima de 30”, completa o cardiologista.
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