Dr. Gilberto comenta estudo global sobre fatores de risco modificáveis em doenças cardiovasculares e mortalidade
No último domingo, 29 de outubro, em seu quadro no Programa da Regina (domingos, 18h, Canal Bah!, canal 20 da Claro TV), o Dr. Gilberto Lahorgue Nunes abordou recente estudo mundial que apontou os cinco fatores de riscos evitáveis de problemas cardiovasculares e morte por qualquer causa.
As mortes globais e a incidência das doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC), são explicáveis, na sua maioria, por cinco fatores de risco amplamente conhecidos e modificáveis. Essa é a conclusão apontada pelo estudo realizado pelo grupo de pesquisadores do “The Global Cardiovascular Risk Consortium”, que foi recentemente publicado na renomada revista médica “The New England Journal of Medicine”.
Esses cinco fatores de risco são o índice de massa corporal (calculado dividindo-se o peso corporal pelo quadrado da altura em centímetros), a pressão arterial, os níveis de colesterol, a presença ou não de diabetes e o fumo). Juntos, eles são responsáveis por 57% dos AVCs e infartos nas mulheres e por 52% desses eventos cardiovasculares nos homens. Além disso, esses cinco fatores são responsáveis por 27% das mortes por todas as causas ao final de 10 anos nas mulheres e por 22% delas nos homens. As conclusões desse estudo foram baseadas em uma análise de 112 estudos epidemiológicos realizados em 32 países de oito regiões geográficas e que envolveram mais de 1,5 milhão de pessoas.
Os achados desse estudo demonstram a importância não só da identificação desses fatores de risco mas, também, do seu controle. O fato de que todos os cinco fatores de risco são evitáveis reforça a necessidade de campanhas de educação e esclarecimento da população sobre o impacto deles na prevenção dos eventos cardiovasculares a longo prazo.
Desafio
É fundamental que as pessoas compreendam a importância desses fatores de risco: índice de massa corporal, pressão arterial, níveis de colesterol, presença ou não de diabetes, e fumo. “Mesmo com a realização de várias campanhas mostrando que esses fatores estão associados não só às doenças cardiovasculares, mas também a diferentes tipos de canceres, ainda não conseguimos controlá-los de maneira adequada”, ressalta o cardiologista Dr. Gilberto Lahorgue Nunes.
O estudo apontou também que, quando se faz a divisão por região geográfica, a América Latina é o local do planeta onde a taxa de fumo e o índice de massa corporal (que mede o grau de gordura de uma pessoa) são maiores em comparação a qualquer outra região do mundo. “Isso mostra o tamanho do desafio que temos e o quanto poderíamos impactar positivamente a mortalidade e a ocorrência de doenças cardiovasculares se conseguíssemos conscientizar as pessoas e tratar esses fatores de risco evitáveis”, reforça.
Notícia boa
Enquanto esse estudo emite um sinal de alerta do quanto é necessário trabalhar mais e tentar ser mais inovador na conscientização das pessoas, um dado positivo foi apresentado no último Congresso Brasileiro de Cardiologia, realizado em Porto Alegre, no mês de setembro.
Um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) mostrou que nos últimos 30 anos houve uma redução de 53% das mortes relacionadas à doença cardiovascular e de 22% na ocorrência de infartos e acidentes vasculares cerebrais (entre outras doenças cardiovasculares) no Rio Grande do Sul. “Os dados desses dois estudos demonstram que, se por um lado precisamos evoluir na prevenção da ocorrência das doenças cardiovasculares, por outro, dispomos atualmente de tratamentos (novos medicamentos e técnicas de intervenção por cateter) muito eficazes em reduzir o risco de morrer em decorrência de um infarto ou um AVC”.
Nos próximos programas, o Dr. Gilberto vai individualizar cada um desses fatores de risco, explicando o que são, qual o impacto que eles têm na saúde e o que se pode fazer para controlá-los.