Fatores de risco modificáveis: pressão arterial

Como as doenças cardiovasculares são a maior causa de morte no Brasil e no mundo, é fundamental conhecer os fatores de risco que levam a isso, especialmente aqueles que podem ser modificados. Esse é o foco das questões que o cardiologista Dr. Gilberto Lahorgue Nunes vem abordando em seu quadro semanal no Programa da Regina (domingos, 18h, Canal Bah!, canal 20 da Claro TV).

Dando continuidade à análise do estudo realizado pelo grupo de pesquisadores do “The Global Cardiovascular Risk Consortium”, recentemente publicado na renomada revista médica “The New England Journal of Medicine”, no último domingo (12), o Dr. Gilberto comentou sobre mais um fator de risco modificável apontado nesse estudo: a pressão arterial.pressão arterial

A pressão arterial é um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares, como o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC). Por isso, é muito importante que as pessoas saibam qual são seus níveis de pressão de modo geral.

O cardiologista Dr. Gilberto Lahorgue Nunes destaca um ponto importante: pressão alta não é um pico isolado de pressão. Pressão alta significa que a pressão arterial está acima do recomendado na maioria dos dias ou das horas do dia, e não em uma situação extrema. “Picos isolados de pressão arterial não caracterizam a doença hipertensão”, reforça o cardiologista.

A pressão arterial alta aumenta o dano vascular e, consequentemente, favorece que a formação de placas de gordura nas artérias coronárias, nas artérias do cérebro ou nas artérias carótidas. Além disso, se uma pessoa hipertensa apresenta picos altos de pressão arterial ou pressão sistematicamente descontrolada, está sujeita a um maior risco de rompimento de um vaso no cérebro e a subsequente ocorrência de um acidente vascular cerebral hemorrágico (que costuma ser mais grave do que o AVC isquêmico). Dessa forma, a pressão arterial não controlada pode aumentar tanto a incidência de infarto quanto dos dois tipos de AVC. Adicionalmente, esse descontrole pode causar danos sobre a retina, os rins e a circulação periférica.

Por outro lado, na maioria das vezes, pressão baixa não é um problema. Salvo em situações específicas de pacientes com doenças cardiovasculares agudas ou descompensadas, as quais a queda acentuada da pressão arterial pode ser um indicativo de gravidade do quadro clínico.

Causas da pressão alta

Em 90% dos casos não se sabe o que causa a elevação da pressão arterial. Em aproximadamente 10% dos casos é possível identificar uma causa específica. Essa situação geralmente ocorre em pessoas jovens que desenvolvem um quadro de hipertensão arterial em função de algumas doenças endócrinas ou do rim. A vantagem teórica nesses casos é que o tratamento da doença de base pode normalizar ou controlar de maneira mais adequada os níveis de pressão.

“À medida em que se envelhece, pelo enrijecimento das artérias do nosso corpo, existe uma tendência gradativa da pressão ir aumentando. De maneira que, em populações acima dos 60-70 anos, quase metade acabam ficando hipertensos pelo processo de envelhecimento”, comenta o Dr. Gilberto.

Felizmente, existe uma série de medicamentos bastante eficazes no controle da pressão arterial. Também são importantes no controle da pressão arterial a prática de atividade física regular e os cuidados com a alimentação. “Nada de saleiro na mesa”, recomenda o Dr. Gilberto Nunes.


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Dr. Gilberto Nunes | Clínica Cardiologista Porto Alegre