Nos últimos anos, medicamentos como o Ozempic — originalmente indicado para diabetes tipo 2, mas amplamente usado também para controle de peso — passaram a fazer parte da rotina de muitos pacientes. E isso traz um alerta importante, especialmente quando esses pacientes precisam realizar procedimentos com sedação, como o cateterismo cardíaco.
O que pouca gente sabe é que o semaglutida, princípio ativo do Ozempic, retarda o esvaziamento do estômago. Essa ação, embora benéfica para o controle glicêmico e da saciedade, pode aumentar o risco de complicações durante a sedação — como refluxo e broncoaspiração, que ocorrem quando o conteúdo do estômago vai para os pulmões. Por isso, o anestesista ou cardiologista precisa saber se o paciente está usando esse tipo de medicamento.
Em muitos casos, o ideal é suspender o uso alguns dias antes do procedimento, sob orientação médica. Não se trata de um risco cardíaco direto causado pelo Ozempic, mas sim de uma interação perigosa com os anestésicos, especialmente em procedimentos que exigem jejum e controle rigoroso da via aérea.
O recado é claro: informe sempre todos os medicamentos em uso, mesmo que não sejam “para o coração”. A interação entre fármacos pode ter impacto direto na segurança do procedimento.
E lembre-se: automedicação nunca é uma boa ideia — especialmente com medicamentos de uso contínuo, que interferem em diferentes sistemas do corpo.