O que significa “coração funcionando 30 por cento”?

Na clínica de cardiologia, recebemos perguntas por meio de diversos canais – e-mail, aplicativos de mensagens como o WhatsApp, além das nossas redes sociais. Esta é mais uma das dúvidas que o cardiologista Dr. Gilberto Lahorgue Nunes esclarece.

Existe uma medida de desempenho do coração como bomba, que é chamada de fração de ejeção. Em corações que contraem normalmente, a fração de ejeção situa-se acima de 50%.

Coração Funcionando 30% - Cardiologista Dr. Gilberto NunesSe uma pessoa tem uma fração de ejeção de 30%, significa que ela teve algum dano no músculo cardíaco, ou seja, esse músculo cardíaco não tem o funcionamento normal. Este “enfraquecimento” do músculo cardíaco provoca uma progressiva dilatação das cavidades cardíacas, levando a um quadro de insuficiência cardíaca (que é caracterizada por falta de ar ou cansaço ao fazer esforços).

Essa situação pode se dar por uma série de fatores. As principais causas de comprometimento da contração do coração ocasionando a redução da fração de ejeção são as obstruções das coronárias (que causam angina ou infarto), as doenças das válvulas cardíacas (estenose ou insuficiência) e os quadros de infecção ou inflamação do músculo cardíaco (miocardites).

Existe uma série de medicações que ajudam a melhorar o desempenho do coração como bomba. Entretanto, também é fundamental identificar a causa da disfunção do músculo cardíaco porque, em muitos casos, se resolvendo o problema de base (por exemplo, uma válvula funcionando inadequadamente) é possível reverter a disfunção do músculo cardíaco e normalizar a fração de ejeção.

E “coração fraco” tem cura?

Esse termo leigo – coração fraco – significa, comumente, que existe um quadro de insuficiência cardíaca. Como descrito anteriormente, a insuficiência cardíaca é provocada por um “enfraquecimento” do músculo cardíaco e pela dilatação das cavidades cardíacas, de maneira que o desempenho do coração como bomba fica prejudicado.

É possível reverter essa situação?

Isso vai depender, basicamente, da razão pela qual o coração tem um déficit de contração. Por exemplo: se há uma estenose da válvula aórtica, muitas vezes, é possível após a troca da válvula se reverter parcial ou totalmente esse quadro de disfunção do músculo cardíaco.

É importante frisar que, atualmente, existe uma série de medicações capazes não só de controlar os sintomas de insuficiência cardíaca (melhorando a qualidade de vida dos pacientes) como de prolongar a vida dessas pessoas.

Devido ao grande avanço no tratamento medicamentoso da insuficiência cardíaca, hoje em dia o transplante cardíaco é realizado com menos frequência, apenas em casos nos quais o tratamento clínico mostra-se incapaz de controlar os sintomas do paciente.



As artérias coronárias são as que alimentam o coração. Elas podem sofrer obstruções que impedem o fluxo do sangue, causando cansaço, dor e até infarto.
Em praticamente dois terços dos pacientes, é possível tratá-las por meio da angioplastia com implante de stents. A angioplastia dura de 30 minutos a três horas e é realizada através de um cateter introduzido pelo pulso na artéria radial e guiado até o coração.

Abaixo, exemplos de casos complexos tratados com sucesso com implante dos stents coronários:

coração Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre Oclusão da coronária direita DUPLA 1000

 

1) Oclusão da coronária direita
Paciente com a coronária direita 100% obstruída há aproximadamente dois anos. Angina importante aos pequenos esforços e grande área de isquemia na região irrigada por essa coronária.

2) Oclusão da coronária direita 2
Com o emprego de materiais e técnicas especiais, foi possível recanalizar a oclusão e implantar stents coronários, restituindo o fluxo normal pela coronária direita.

coração Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre Tronco 1 1000 DUPLA

3) Tronco 1
Paciente internada em caráter de urgência por quadro de infarto do miocárdio.
O cateterismo cardíaco realizado mostrou obstrução importante no tronco da coronária esquerda envolvendo as origens de duas coronárias principais.

4) Tronco 2
Aspecto final após o tratamento com o implante de stents coronários.

 


Dr. Gilberto Nunes | Clínica Cardiologista Porto Alegre

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