cardiologista Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre capaAs participações do médico cardiologista Dr. Gilberto Lahorgue Nunes no programa “Tudo por Você”, da RDCTV, visam esclarecer dúvidas da audiência sobre a prevenção e o tratamento das doenças cardiovasculares.

Aos poucos, vamos reproduzir no site e nas nossas redes sociais esse conteúdo, muito importante para quem está preocupado em garantir a prevenção às doenças cardiovasculares.

O Dr. Gilberto participa do programa todas as terças-feiras, às 14h, na RDCTV – canais 24 e 524 da Claro TV, no YouTube, Soul TV, Max Cloud, e Globall Telecom.

Confira:

Qual a média considerada normal da frequência cardíaca adulta?

Essa é uma pergunta bem frequente. As pessoas se queixam de palpitação e não sabem exatamente o que é. De modo geral, a frequência cardíaca normal de um adulto se situa entre 60 e 100 batimentos cardíacos por minuto. Normalmente, existe alguma suspeita de arritmia cardíaca quando essa marca ultrapassa os 130/140 batimentos por minuto. Por outro lado, pode haver uma possibilidade de haver um bloqueio do sistema de condução cardíaco quando a frequência cardíaca se situa abaixo de 40 batimentos por minuto.
Eventualmente, em momentos de ansiedade ou de muito estresse emocional, a frequência cardíaca pode chegar a 110/115 batimentos por minuto. Se exceder 130, a gente precisa considerar que talvez exista uma chance da pessoa ter desenvolvido algum tipo de arritmia cardíaca, que, evidentemente, precisa ser diagnosticada para ser tratada de maneira adequada.

 

De que forma a pessoa pode fazer um acompanhamento dos seus batimentos cardíacos, caso não esteja utilizando equipamentos de monitoramento como o Holter? Os relógios inteligentes podem ajudar?

Sim, o relógio monitor cardíaco funciona, mas tem suas limitações, além de ser um produto de valor elevado. O mais simples é, se a pessoa tem a sensação de palpitação, tente palpar seu pulso e perceber alguns aspectos: qual a sua frequência cardíaca (contando o número de batimentos em um minuto); observar se o batimento está regular (ou seja, se mesmo acelerado está regular ou se eventualmente existem falhas, por exemplo, um batimento, uma falha, um batimento…). Isso vai ajudar o cardiologista a fazer o diagnóstico ou pelo menos ter uma ideia do que pode estar acontecendo com esse paciente. São medidas simples, dependem somente de a pessoa ficar parada e contar os seus batimentos, e podem facilitar o diagnóstico na hora da consulta ao cardiologista.



A ablação da artéria septal com cateter e uso de uma nova substância serve para tratar a miocardiopatia hipertrófica forma obstrutiva. Essa é a principal causa da morte súbita de adultos jovens e de atletas

 

Um procedimento cardíaco inovador foi realizado pela primeira vez no Rio Grande do Sul na sexta-feira, 4 de novembro, no Hospital Divina (HD). Um paciente de 40 anos, procedente de Canoas, foi submetido a uma ablação da artéria septal. Esta técnica não invasiva é utilizada para tratar a miocardiopatia hipertrófica forma obstrutiva.

Procedimento cardíaco inédito no RS realizado no Hospital Divina Providência

O médico cardiologista Dr. Gilberto Lahorgue Nunes, Cardiologista Intervencionista do Hospital Divina Providencia, explica que essa é uma doença de fundo genético. ”Ocorre quando o septo interventricular, a porção da musculatura que divide os ventrículos esquerdo e direito, fica anormalmente e desproporcionalmente hipertrofiada, ou seja, mais espessa do que o restante das paredes do ventrículo esquerdo.”

Conforme o cardiologista, isso provoca uma obstrução dinâmica à ejeção do sangue do coração, causando os sintomas de tontura, eventualmente dor no peito, falta de ar e, em casos mais graves, pode causar morte repentina. “A miocardiopatia hipertrófica forma obstrutiva é a principal causa de morte súbita em adultos jovens e em atletas”, acrescenta.

 

Tratamento convencional

O Dr. Gilberto relata que no tratamento clássico dessa doença, o cirurgião cortava um pedaço desse músculo hipertrofiado, mais grosso, aliviando a obstrução. Há vários anos, existe a alternativa do tratamento menos invasivo por cateter. Através do cateterismo, é identificada a artéria septal que irriga a porção mais espessada, mais volumosa desse músculo cardíaco na parede septal.

O tratamento mais convencional era a injeção de álcool absoluto, a 100%, para provocar um “infarto controlado” naquela região e, consequentemente, fazer o músculo reduzir de espessura, já que essa é a evolução natural após um infarto.
“O álcool absoluto é muito irritativo e esse procedimento estava associado a algumas complicações como o surgimento de arritmias ventriculares graves durante o exame e de bloqueios cardíacos após a realização da ablação da artéria septal”, revela o cardiologista.

Segundo ele, em alguns casos, era necessário o implante de um marcapasso cardíaco. “Dependendo da quantidade de álcool que se injeta, existe o risco de provocar uma perfuração do músculo cardíaco, causando uma complicação chamada de comunicação interventricular, ou seja, um “furo” entre os dois ventrículos.”

 

Inovação e vantagens

O procedimento realizado no HD, que ainda está em fase de acúmulo de experiência no Brasil, trata a doença por cateter, mas sem injetar álcool absoluto. O cardiologista diz que é utilizada uma substância chamada Ônix que são micropartículas, usadas para embolização na área da Neurologia e de malformações arteriovenosas na circulação periférica.

As vantagens observadas com esse novo tipo de tratamento é a drástica redução de complicações, raras ocorrências de arritmias e de bloqueios, evitando a necessidade de implante de marcapasso.

O Dr. Sidney Munhoz, de Cuiabá (MT), que atualmente tem a maior experiência nacional com essa técnica alternativa, foi convidado a participar do procedimento junto com a equipe, formada pelos médicos Gilberto Lahorgue Nunes e Diane Cláudia Roso (Cardiologistas Intervencionistas) e Júlia Schmidt Silva Busato (anestesista).

O procedimento foi bastante complexo pois, ao contrário do que ocorre na maioria dos casos, mais de um ramo coronariano irrigava a porção mais hipertrofiada do septo interventricular. Desta forma, foi necessária a embolização de 4 ramos diferentes. O gradiente (diferença de pressão) registrado dentro da cavidade do ventrículo esquerdo foi reduzido de 53 mmHg para 15 mmHg. O critério de sucesso para este tipo de procedimento exige que o gradiente final pós-tratamento seja inferior a 30 mmHg.

Num caso como este, se a técnica convencional com injeção de álcool absoluto fosse utilizada, o risco de complicações sérias seria muito alto pelo grande volume de álcool a ser injetado. Muito provavelmente, com esta técnica seria necessário repetir o procedimento mais de uma vez para poder completar o tratamento com segurança.

Ao contrário, utilizando a nova técnica com o uso da substancia Onix, foi possível embolizar todos os ramos envolvidos sem o surgimento de arritmias, bloqueios cardíacos ou outras complicações. O paciente evoluiu muito bem após o procedimento, tendo recebido alta 48 horas após o procedimento.

Para saber mais, confira a entrevista do Dr. Gilberto ao programa Rio Grande no Ar, na TV Record (primeiro vídeo), e no Tudo por Você, da RDCTV Digital.

cardiologista Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre 111122 foto dr na record

cardiologista Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre 111122 foto dr no programa



O hábito de fumar está relacionado a uma série de doenças, desde os cânceres até as doenças pulmonares (bronquite e enfisema). Do ponto de vista das doenças cardiovasculares, o impacto do fumo é extremante nocivo, sendo um importante fator de risco para a ocorrência de infarto do coração, acidente vascular cerebral (AVC) e doenças da aorta e das artérias periféricas.

Além de um impacto direto na origem dessas doenças, o fumo potencializa os efeitos danosos dos demais fatores de risco para as doenças cardiovasculares, como hipertensão, o diabete e os níveis elevados do colesterol ruim (o LDL colesterol). Quando a pessoa fuma e tem um desses problemas, a possibilidade de desenvolver complicações cardiovasculares sérias aumenta em quatro vezes.

Impacto do fumo doenças cardiovasculares
Outro dado importante é que existe uma correlação entre o número de cigarros que se fuma por dia e o aumento do risco cardiovascular, ou seja, quanto maior o número de cigarros consumidos por dia, maior o risco de infarto e AVC. Adicionalmente, o hábito do fumo afeta não apenas o fumante, mas também as pessoas que convivem ao seu redor. O chamado “fumante passivo” tem o seu risco cardiovascular elevado em comparação às pessoas que não são expostas de maneira rotineira à fumaça do cigarro

A cessação do fumo reveste-se de grande importância, pois o tabagismo é um dos poucos fatores de risco para a saúde que pode ser completamente eliminado. E o efeito positivo dessa atitude é praticamente imediato. O risco cardiovascular é reduzido de maneira expressiva e progressiva a cada ano que passa após a interrupção do hábito de fumar, de maneira que, após 10 anos, o risco de sofrer um infarto ou AVC é semelhante entre o ex-fumante e aquele indivíduo que nunca fumou.

Além do cigarro causar dependência psicológica, os seus componentes provocam uma dependência química semelhante a desencadeada pelas drogas. Consequentemente, para conseguir ser bem-sucedido na tarefa de parar de fumar, o paciente necessita de uma ampla rede de apoio, que inclui a família, os amigos, os profissionais da saúde e em muitos casos, a prescrição de medicações.

Saudado inicialmente como uma ferramenta para auxiliar na cessação do tabagismo, os cigarros eletrônicos representam atualmente um grave problema de saúde pública. A sua extensa e rápida penetração em várias parcelas da população (especialmente nos jovens e adolescentes) deixaram absolutamente clara a sua associação com doenças pulmonares graves, a tal ponto que a sua comercialização foi proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2009.

É tarefa de toda a sociedade (e não apenas dos órgãos governamentais e profissionais da saúde) manter o engajamento antitabagismo que existe há vários anos e combater com igual vigor a sua variante mais recente, o tabagismo eletrônico.



A clínica do médico cardiologista Dr. Gilberto Nunes, em Porto Alegre, passa a realizar dois novos tratamentos: reparo percutâneo da válvula mitral – Mitra Clip e o fechamento do apêndice atrial esquerdo.

A válvula mitral é uma válvula localizada dentro do coração e que conecta o átrio esquerdo (cavidade que recebe o sangue oxigenado vindo do pulmão) ao ventrículo esquerdo (que bombeia o sangue para todo o corpo inteiro através da artéria aorta). Essa válvula pode ficar insuficiente (ou seja, apresentar uma vedação incompleta durante a contração do coração, permitindo o vazamento de sangue de volta para o pulmão) devido a uma degeneração dos seus folhetos ou em situações nas quais as cavidades do coração estão dilatadas, afastando um folheto do outro. O retorno do sangue para a circulação pulmonar pode desencadear quadros de insuficiência cardíaca (caracterizados pelo surgimento de falta de ar) ou até mesmo provocar um edema agudo de pulmão. Até recentemente, o único tratamento disponível para a insuficiência da válvula mitral era a cirurgia de peito aberto. Hoje em dia, é possível realizar o reparo dessa válvula por meio do implante por cateter de clips que aproximam os folhetos e reduzem o vazamento pela válvula.

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Já o fechamento ou oclusão do apêndice atrial esquerdo (cavidade cardíaca conectada ao átrio esquerdo) está indicado em pacientes que apresentam uma arritmia cardíaca chamada de fibrilação atrial que provoca a formação de coágulos no interior do apêndice. Esses coágulos podem se desprender e ocluir uma artéria do cérebro, causando um acidente vascular cerebral (AVC). Com o implante de próteses especialmente desenhadas para este fim, é possível ocluir o apêndice atrial esquerdo pela punção de uma veia localizada na virilha e evitar a risco de AVC, assim como a necessidade do uso de medicações anticoagulantes a longo prazo (reduzindo o risco de hemorragias).

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Ambos os tratamentos acima descritos são realizados por cateter, de maneira menos invasiva do que a cirurgia convencional (na qual é necessário realizar a abertura do tórax para acessar o coração). O Dr. Gilberto Lahorgue Nunes é um dos cardiologistas mais experientes no campo dos procedimentos por cateter, com ampla experiência no tratamento menos invasivo de uma série de doenças do coração.

Para saber mais sobre os novos tratamentos consulte as páginas específicas sobre cada um aqui:
Reparo percutâneo da válvula mitral – Mitra Clip
Fechamento do apêndice atrial esquerdo



O médico cardiologista Dr. Glberto Lahorgue Nunes esclarece dúvidas frequentes de pacientes e de leitores do seu blog. Entre elas, as siglas e funções de alguns tratamentos realizados por cateter, como é o caso do TAVI.

TAVI

TAVI é a sigla que em inglês significa Transcatheter Aortic Valve Implantation e que traduzida para o português significa Implante Transcateter de Válvula Aórtica. Mesmo no Brasil costuma-se utilizar o termo TAVI pois esta sigla está consagrada mundialmente.

 

Como funciona

Nesse procedimento, uma válvula artificial feita de material biológico é implantada, de maneira minimamente invasiva, para substituir a válvula aórtica quando ela está estreitada (estenose), o que dificulta a ejeção de sangue pelo coração e provoca sintomas como falta de ar, dor no peito ou desmaios.

 



Existe uma série de diferentes métodos diagnósticos em Cardiologia, desde exames não invasivos até os exames invasivos. Exemplos de exames não invasivos são o eletrocardiograma, o teste de esforço e o ecocardiograma, entre outros. O cateterismo cardíaco é um exame invasivo que consiste na introdução de um cateter no sistema vascular (artéria ou veia) e que visa a confirmação de uma suspeita da presença ou não de problemas cardíacos ou vasculares sugerida pelos testes não-invasivos. O cateterismo cardíaco também pode ser realizado para para fins de tratamento.

Na área da Cardiologia, o cateterismo diagnóstico é realizado, geralmente, para a visualização das artérias coronárias e a identificação de obstruções (estenoses) destes vasos. Neste caso, este exame é chamado de cinecoronariografia. Por outro lado, atualmente, o cateterismo pode ser realizado para a tratamento de uma série de doenças cardíacas como, por exemplo, as obstruções das artérias coronárias (neste caso o procedimento é chamado de angioplastia coronariana com implante de stent) e as falhas de funcionamento das válvulas cardíacas (neste caso, chamado de implante de válvula por cateter ou reparo valvular por cateter).

Com a disseminação e diversificação dos tratamentos por cateter, cada vez menos existe a necessidade de recorrer-se à cirurgia cardíaca de peito aberto para o tratamento das afecções cardiológicas. O tratamento por cateter possui uma série de vantagens sobre a cirurgia convencional, sendo menos invasivo, de recuperação mais rápida e, consequentemente, associado a um menor tempo de internação e a uma recuperação mais rápida.

Nesse artigo, vamos apresentar tudo o que você precisa saber sobre o cateterismo cardíaco, tanto para fins de diagnóstico quanto de tratamento. Com esse conhecimento, você vai se sentir mais seguro e confiante para realizar o procedimento, caso ele seja indicado pelo seu médico.

 

1. O que é cateterismo cardíaco?

O cateterismo cardíaco é um nome genérico utilizado para se referir a um procedimento diagnóstico cardiológico, no qual um cateter (pequeno tubo) é introduzido por uma artéria ou veia periférica e avançado até o coração. Esse tipo de procedimento invasivo é realizado, geralmente, para determinação da presença ou não de obstruções (estreitamentos) das artérias coronárias (neste caso, ele é chamado de cinecoronariografia). Além de ser o padrão-ouro para a identificação destas obstruções, a cinecoronariografia também determina se há a necessidade ou não do seu tratamento. Quando o cateterismo cardíaco é realizado visando o tratamento das obstruções de coronárias ele é denominado angioplastia coronária (ver item 2).

 

Quando será necessário fazer um cateterismo cardíaco?

Antes de responder essa pergunta, existe outra a ser respondida: quando você deve procurar um cardiologista? Geralmente, recomenda-se que, a partir dos 40 anos de idade, todas as pessoas façam uma avaliação cardiológica de rotina. Indivíduos com histórico de doença cardíaca na família ou que apresentem fatores de risco, como diabetes, hipertensão, fumo, obesidade ou aumento de colesterol devem fazer esse tipo de avaliação mais cedo ainda.

Por outro lado, ao observar a presença de sintomas que possam sugerir a presença de uma doença cardíaca – dor no peito, cansaço, falta de ar, palpitações – o cardiologista deve ser consultado, independente da idade do paciente. A partir dessa consulta, o médico cardiologista irá solicitar os exames necessários para avaliar a presença ou não de problemas cardíacos. Esses exames normalmente incluem exames laboratoriais e exames não invasivos como o eletrocardiograma, o teste ergométrico e o ecocardiograma, entre outros. Dependendo dos resultados desses exames iniciais ou da intensidade ou gravidade dos sintomas apresentados pelo paciente, pode ser necessária a realização de uma avaliação invasiva pelo cateterismo cardíaco diagnóstico.

Esse procedimento é realizado por um Cardiologista Intervencionista e serve para confirmação da suspeita diagnóstica e para a definição da melhor estratégia de tratamento.

A saber:

O Cardiologista Intervencionista é um cardiologista que tem especialização na área de realização de exames e procedimentos por cateter. Isso inclui o tratamento das obstruções das coronárias, das doenças das válvulas cardíacas e de outras doenças que envolvam o coração e o sistema vascular.

 

Como é realizado o cateterismo cardíaco?

O cateterismo cardíaco (cinecoronariografia) é realizado por intermédio da punção de uma artéria ou veia e a introdução de um cateter até o coração.Cateterismo Cardíaco | Cardiologista Porto Alegre

A realização do cateterismo do coração utilizando a punção de uma veia (geralmente localizada na região da virilha) é, na maioria das vezes, feita nos pacientes (crianças ou adolescentes) portadores de malformações congênitas do coração ou no estudo das arritmias e dos bloqueios do sistema de condução elétrico do coração (esse último tipo de cateterismo é chamado de estudo eletrofisiológico). Nas demais modalidades de cateterismo cardíaco, utiliza-se a punção de uma artéria localizada na região da virilha (chamado cateterismo pela via femoral) ou na região do punho (chamado de cateterismo pela via radial).

Após a punção da artéria, cateteres são avançados até a junção da artéria aorta com o coração e os óstios das artérias coronárias (coronárias direita e esquerda) são cateterizados. Através do cateter, é injetado um tipo de contraste que opacifica as coronárias, sendo realizadas injeções em vários ângulos diferentes para determinar a presença ou não de obstruções. Essas imagens são registradas e armazenadas em um CD. Ao final do exame é necessário estancar o sangramento pelo local da punção da artéria.

Se o exame foi realizado pela virilha, é feita uma compressão manual do local da punção por 15-20 minutos e, posteriormente, o paciente necessita permanecer deitado por um período de 4-5 horas a fim de evitar a ocorrência de sangramentos no local. Por outro lado, se o exame foi feito pelo punho, coloca-se uma pulseira no punho ou faz-se um curativo compressivo no local. Nesse caso, o paciente pode caminhar imediatamente após o final do exame, não havendo necessidade de repouso no leito. Na maioria dos casos, a cinecoronariografia é realizada de forma ambulatorial, com o paciente sendo liberado para casa após 3-4 horas quando realizado pelo punho e após 5-6 horas quando realizado pela virilha.

 

2. Como podem ser tratadas as obstruções das coronárias?

O tratamento de obstruções das coronárias pode ser feito de duas maneiras. A primeira delas é por meio da cirurgia de peito aberto, em que são implantadas pontes de safena e de artéria mamária. Esse tipo de tratamento é reservado, hoje em dia, para os pacientes que possuem doença muito avançada ou muito difusa, em que várias coronárias e vários ramos apresentam múltiplas obstruções.

Nos dias atuais, na grande maioria dos casos é possível tratar estas obstruções de maneira menos invasiva por meio da angioplastia com implante dos stents coronários. A angioplastia consiste na dilatação das obstruções utilizando um cateter balão e, posteriormente, o implante das próteses metálicas, chamadas de stents. Geralmente, a angioplastia coronária é realizada no mesmo procedimento da cinecoronariografia apenas naqueles pacientes internados devido a quadros coronarianos agudos (como a angina instável e o infarto do miocárdio). Já nos pacientes estáveis, o cateterismo diagnóstico é realizado de maneira ambulatorial e a angioplastia programada para um outro momento.

O tratamento das obstruções das coronárias por cateter pode ser realizado por duas vias de acesso, da mesma maneira que o cateterismo diagnóstico. A primeira delas, utilizada há mais tempo, envolve a punção de uma artéria localizada na região da virilha (artéria femoral). Mais recentemente, outra via de acesso ainda menos invasiva foi desenvolvida, utilizando a punção de uma artéria localizada no punho (artéria radial). A utilização da artéria radial apresenta várias vantagens em relação ao acesso tradicional, pela virilha. Você pode obter mais informações sobre essa via de acesso e suas vantagens na aba “Acesso Radial”.

 

3. Que outros tipos de tratamento podem ser feitos por cateter?

Em anos recentes, houve uma expansão das indicações e das técnicas de tratamento por cateter para permitir também a abordagem de outras doenças além das obstruções das artérias coronárias. Dessa forma, técnicas por cateter podem ser empregadas para o tratamento das disfunções da válvula mitral (estenose e, mais recentemente, a insuficiencia), da válvula aórtica (estenose e insuficiencia), a correção de defeitos congênitos em adultos (persistência do canal arterial, comunicação interventricular e interatrial, fístulas), miocardiopatia hipertrófica e para a prevenção do acidente vascular cerebral (oclusão forame oval patente e do apêndice atrial esquerdo).

Os resultados de excelência da abordagem por cateter e a confirmação da sua eficácia em estudos clínicos controlados fazem com que, em muitos casos, este tipo de tratamento seja atualmente considerado o método de eleição na maioria dos pacientes, reservando a correção cirúrgica convencional (com abertura do tórax) como uma segunda opção.

 

Principais dúvidas dos pacientes

Muitas perguntas chegam à nossa clínica de cardiologia em Porto Alegre. O médico Cardiologista Intervencionista Dr. Gilberto Lahorgue Nunes esclarece as principais dúvidas dos pacientes, de forma a reduzir a ansiedade com relação ao procedimento.
Confira algumas das questões e dúvidas mais frequentes trazidas pelos nossos pacientes.

 

Cateterismo é perigoso?

O cateterismo cardíaco é um exame necessário, muitas vezes, para o esclarecimento de doenças cardíacas e definir o grau de severidade do comprometimento cardíaco. Hoje em dia, esse é um procedimento de rotina e extremamente seguro, com baixo risco de complicações ou de morte.

O risco de morte durante um cateterismo cardíaco é em torno de 0,05%, e a chance de haver alguma complicação vascular grave (relacionada ao local no qual foi feita a punção da artéria) também é absolutamente infrequente, com incidência de 0,2 a 0,3%. Outras complicações, como a ocorrência de um acidente vascular cerebral ou a necessidade de realização de cirurgia de urgência também são muito raras (incidência < 1%).

 

Quanto tempo demora o procedimento de cateterismo?

Na maioria dos casos, o cateterismo cardíaco é utilizado como sinônimo da cinecoronariografia, que é um tipo de cateterismo do coração cujo objetivo é visualizar as artérias coronárias (que são os vasos que irrigam o músculo cardíaco) a fim de detectar a presença ou não de obstruções (ou bloqueios) dessas artérias. Este tipo de exame geralmente tem uma duração média de 20 a 30 minutos. Quando o cateterismo é realizado para fins de tratamento, o tempo de duração do procedimento depende da complexidade do caso a ser abordado.

 

Como é a recuperação após um cateterismo?

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O tempo de recuperação no hospital depende da via de acesso utilizada para realização do exame. Se foi pela artéria do punho, o paciente fica em observação por um período de três a quatro horas. Durante esse tempo, o paciente pode ficar sentado e caminhar. O curativo (ou a pulseira) é retirado ainda no hospital, sendo substituído uma bandagem simples (tipo Band-Aid), antes da liberação para casa.

Se o procedimento foi realizado pela virilha, o tempo de recuperação no hospital é de cinco a seis horas. Durante esse período o paciente deve ficar deitado e sem mexer a perna na qual foi realizado o exame, não podendo sentar nem caminhar. Após a alta para casa, recomenda-se não forçar a perna do exame até o dia seguinte.

 

É normal sentir dor no braço após um cateterismo pelo punho?

Desconforto ou dor intensos associados ao cateterismo são raros, especialmente quando o exame foi realizado pelo punho. O desconforto associado ao procedimento é, de modo geral, de leve intensidade e restrito ao período durante o qual os cateteres são manipulados. Após a retirada dos cateteres, o paciente pode sentir uma sensação de pressão no punho pela ação do curativo compressivo ou da pulseira de compressão (que são utilizados para selar o local da punção da artéria). Se após a alta do hospital o paciente persistir com desconforto significativo ou desenvolver dor forte ao longo do braço, ele deve retornar ao hospital para ser reavaliado. Quando o procedimento é realizado pela virilha, o desconforto normalmente se restringe à necessidade de permanecer em repouso no leito. Dor ou a ocorrência de inchaço no local da punção não são normais e requerem reavaliação pela equipe médica.

 

Como é o preparo para o cateterismo?

O preparo para o cateterismo é bastante simples, sendo recomendado apenas que o paciente fique em jejum por um período de seis horas antes do exame. Se o paciente é diabético e usa uma medicação à base de uma substância chamada metformina, recomenda-se que ela seja suspensa na véspera do exame. Se o paciente usa algum tipo de anticoagulante (medicamentos que impedem a coagulação do sangue) deve comunicar o nome do medicamento ao fazer o agendamento do exame a fim de ser orientado quanto ao tempo de suspensão deste medicamento.

No caso de o paciente ter apresentado anteriormente alergia ao realizar um exame que utiliza contraste a base de iodo (como por exemplo a tomografia) este histórico deve ser comunicado ao fazer o agendamento do exame, pois nesses casos é recomendado o uso de medicamentos antialérgicos antes da realização do procedimento. Também é recomendado que pacientes com histórico de alergia intensa a frutos do mar ou a algum medicamento comunique esse fato previamente.

 

Após o cateterismo, o paciente sente muitas dores?

Não, o normal é não sentir dor nenhuma ou mínimo desconforto após o exame, especialmente após a liberação para casa. A presença de dor importante não é normal e pode significar a ocorrência de algum tipo de complicação. Nesse caso, o paciente deve retornar imediatamente ao hospital aonde o exame foi realizado para ser avaliado.

 

Quais os efeitos colaterais do cateterismo?

O cateterismo cardíaco não apresenta efeitos colaterais. As reações mais comuns relacionadas à realização desse exame são o desconforto decorrente da progressão e/ou manipulação dos cateteres, náuseas e, eventualmente, os vômitos. O cateterismo cardíaco é um exame altamente seguro e, quando realizado por profissional experiente e utilizando técnica adequada, as complicações são extremamente raras. Na maioria esmagadora dos casos, é um exame muito bem tolerado, rápido e associado a mínimo desconforto.

As complicações que podem acontecer são geralmente relacionadas ao local da punção da artéria, como os hematomas, o pseudoaneurisma e a fistula arteriovenosa (sendo estas duas últimas ocorrências pouco frequentes). Importante ressaltar que a realização do cateterismo pelo punho (pela via radial) reduz de maneira significativa o risco de surgimento de complicações no local da punção em comparação com o acesso pela perna (femoral), além de ser mais confortável para o paciente e permitir a liberação mais precoce do hospital.



Quanto custa um cateterismo particular?

Essa é uma questão importante quando um paciente que não possui convênio de saúde – e não deseja enfrentar a burocracia e as filas do SUS) – necessita ser submetido a um cateterismo cardíaco. O médico cardiologista intervencionista Dr. Gilberto Lahorgue Nunes esclarece que o valor a ser cobrado tanto pelo médico quanto pelo hospital depende do objetivo da realização do cateterismo, se para fins diagnósticos ou visando algum tipo de tratamento por cateter, que seria uma angioplastia.

Um cateterismo realizado para diagnóstico da presença ou não de um problema cardíaco possui um custo menor pois é um procedimento mais simples, com menor uso de materiais e que, geralmente, não requer internação.

Por outro lado, o preço de um cateterismo terapêutico, ou seja, no qual será realizado um tratamento por cateter de um problema cardíaco, vai depender muito do tipo de intervenção a qual o paciente precisa ser submetido. O grau de complexidade de cada tratamento, a quantidade de materiais, o tipo e quantidade de próteses a serem utilizadas (stents, válvula cardíaca, etc.), o quadro clínico e a urgência do procedimento é que vão determinar o valor a ser cobrado tanto pelo hospital quanto pelo médico.

Dessa forma, para se definir o custo total de um procedimento por cateter é necessário definir as questões acima citadas. Consequentemente, para se ter um valor mais preciso, recomenda-se entrar em contato com o cardiologista para determinar qual o procedimento a ser realizado e a estimativa de consumo de materiais que serão utilizados.



Qual o tratamento para disfunção ventricular esquerda?

O médico cardiologista Dr. Gilberto Lahorgue Nunes ressalta que o tratamento da disfunção ventricular se assemelha ao dedicado para os casos de coração fraco ou funcionando 30%, ou ainda em casos de insuficiência cardíaca. Confira as recomendações.

A disfunção ventricular se caracteriza pela incapacidade do ventrículo esquerdo em desempenhar de maneira adequada sua principal função, ou seja, bombear o sangue para todo o corpo. A consequência desse desempenho inadequado do músculo cardíaco é o desenvolvimento de um quadro de insuficiência cardíaca, caracterizado pelo surgimento de falta de ar ou cansaço durante o esforço físico.

tratamento para disfunção ventricular esquerda - Cardiologista Dr. Gilberto Nunes

Quando a insuficiência cardíaca é detectada, torna-se extremamente importante identificar a sua causa, pois em muitos casos o tratamento da doença de base (como hipertensão arterial, a doença das válvulas, a obstrução das artérias coronárias, entre outras) pode melhorar o desempenho do ventrículo esquerdo e, consequentemente, aliviar o quadro clínico do paciente.

Além disto, o tratamento da insuficiência cardíaca envolve, também, a utilização de uma série de medicamentos extremamente eficazes no alívio dos sintomas, sendo que alguns deles são capazes de prolongar a vida mesmo de pacientes com quadros clínicos mais graves. O emprego sistemático dessas medicações nos pacientes portadores de insuficiência cardíaca mudou radicalmente a história natural dessa doença, tornando o transplante cardíaco uma opção apenas nos indivíduos que não apresentam melhora da situação clínica apesar do tratamento médico otimizado.

 

Finalmente, outro grande avanço no arsenal terapêutico para tratamento da insuficiência cardíaca foi o desenvolvimento do implante dos ressincronizadores e dos desfibriladores cardíacos. Esses dispositivos semelhantes aos marca-passos, além de controlar a frequência cardíaca, são capazes de melhorar a sincronia de contração do coração e o desempenho do músculo cardíaco (caso dos ressincronizadores). Já os desfibriladores detectam a presença de arritmias ventriculares graves e disparam pequenos choques elétricos no músculo cardíaco, evitando a ocorrência de parada cardíaca e morte súbita.



O que significa “coração funcionando 30 por cento”?

Na clínica de cardiologia, recebemos perguntas por meio de diversos canais – e-mail, aplicativos de mensagens como o WhatsApp, além das nossas redes sociais. Esta é mais uma das dúvidas que o cardiologista Dr. Gilberto Lahorgue Nunes esclarece.

Existe uma medida de desempenho do coração como bomba, que é chamada de fração de ejeção. Em corações que contraem normalmente, a fração de ejeção situa-se acima de 50%.

Coração Funcionando 30% - Cardiologista Dr. Gilberto NunesSe uma pessoa tem uma fração de ejeção de 30%, significa que ela teve algum dano no músculo cardíaco, ou seja, esse músculo cardíaco não tem o funcionamento normal. Este “enfraquecimento” do músculo cardíaco provoca uma progressiva dilatação das cavidades cardíacas, levando a um quadro de insuficiência cardíaca (que é caracterizada por falta de ar ou cansaço ao fazer esforços).

Essa situação pode se dar por uma série de fatores. As principais causas de comprometimento da contração do coração ocasionando a redução da fração de ejeção são as obstruções das coronárias (que causam angina ou infarto), as doenças das válvulas cardíacas (estenose ou insuficiência) e os quadros de infecção ou inflamação do músculo cardíaco (miocardites).

Existe uma série de medicações que ajudam a melhorar o desempenho do coração como bomba. Entretanto, também é fundamental identificar a causa da disfunção do músculo cardíaco porque, em muitos casos, se resolvendo o problema de base (por exemplo, uma válvula funcionando inadequadamente) é possível reverter a disfunção do músculo cardíaco e normalizar a fração de ejeção.

E “coração fraco” tem cura?

Esse termo leigo – coração fraco – significa, comumente, que existe um quadro de insuficiência cardíaca. Como descrito anteriormente, a insuficiência cardíaca é provocada por um “enfraquecimento” do músculo cardíaco e pela dilatação das cavidades cardíacas, de maneira que o desempenho do coração como bomba fica prejudicado.

É possível reverter essa situação?

Isso vai depender, basicamente, da razão pela qual o coração tem um déficit de contração. Por exemplo: se há uma estenose da válvula aórtica, muitas vezes, é possível após a troca da válvula se reverter parcial ou totalmente esse quadro de disfunção do músculo cardíaco.

É importante frisar que, atualmente, existe uma série de medicações capazes não só de controlar os sintomas de insuficiência cardíaca (melhorando a qualidade de vida dos pacientes) como de prolongar a vida dessas pessoas.

Devido ao grande avanço no tratamento medicamentoso da insuficiência cardíaca, hoje em dia o transplante cardíaco é realizado com menos frequência, apenas em casos nos quais o tratamento clínico mostra-se incapaz de controlar os sintomas do paciente.



O médico cardiologista Dr. Gilberto Nunes esclarece que esse é um procedimento bem menos complexo e menos invasivo do que a cirurgia de troca da válvula aórtica. Atualmente, o implante por cateter da válvula aórtica é realizado sem anestesia geral, apenas com uma sedação do paciente. Confira mais detalhes no post desta semana.

O implante de válvula aórtica por cateter, atualmente, é um procedimento bem menos complexo do que quando ele foi inicialmente proposto. Além disso, inicialmente, o implante por cateter era indicado apenas nos pacientes inoperáveis ou com alto risco cirúrgico. Com a evolução da técnica, atualmente este procedimento tem sido realizado em pacientes mesmo com risco cirúrgico baixo ou intermediário, com excelentes resultados e com um menor risco de complicações.

Na grande maioria dos casos, é possível fazer esse tipo de implante com uma sedação leve, sem a necessidade de anestesia geral. O acesso vascular é feito através de punção de artérias localizadas na região da virilha, ao contrário do que se fazia inicialmente, quando era feita uma exposição cirúrgica dessas artérias.

De maneira geral, o procedimento demora entre 60 e 120 minutos para ser realizado. O paciente acorda imediatamente após o final do processo e, geralmente, fica um período de 12 horas numa unidade de terapia intensiva ou numa sala de recuperação, onde possa ser monitorizado o seu eletrocardiograma e a sua pressão arterial. No dia seguinte, o paciente é liberado para o quarto e, na maioria das vezes, com um ou dois dias de internação, recebe alta para casa e pode retomar as suas atividades normais em um período muito curto de tempo.

Cabe ressaltar que a recuperação desse implante da válvula aórtica por cateter é muito mais rápida e menos traumática do que a alternativa que existia até o surgimento dessa nova técnica, que era a cirurgia de troca valvar com a abertura do tórax.

cardiologista Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre 241221 TAVI 1
Aspecto angiográfico final de prótese aórtica auto-expansível implantada por cateter.
cardiologista Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre 241221 TAVI 2
Aspecto angiográfico final de prótese aórtica expansível por balão implantada por cateter.

 


Dr. Gilberto Nunes | Clínica Cardiologista Porto Alegre

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