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No dia 16 de outubro, o Dr. Gilberto Lahorgue Nunes e sua equipe realizaram o primeiro procedimento de oclusão do apêndice atrial esquerdo no Hospital Divina Providência, um marco importante para a cardiologia da instituição. Esse procedimento é indicado para a prevenção de acidente vascular cerebral (AVC) em pacientes com fibrilação atrial, uma arritmia cardíaca que pode causar a formação de coágulos dentro do coração, principalmente no apêndice atrial esquerdo.

Esses coágulos, se deslocados, podem bloquear a circulação cerebral, provocando um AVC. O tratamento padrão para prevenir essa complicação envolve o uso de anticoagulantes orais. No entanto, alguns pacientes não toleram esses medicamentos ou possuem contraindicações, como o risco aumentado de sangramentos severos. Nesses casos, a oclusão do apêndice atrial esquerdo surge como uma alternativa segura e eficaz, eliminando a necessidade do uso prolongado de anticoagulantes.

A paciente tratada durante o procedimento de ontem tem 84 anos e não podia utilizar anticoagulantes devido a episódios frequentes de sangramentos gastrointestinais. A intervenção, realizada via punção de uma veia na região da virilha, durou cerca de 1h30min. Paciente recebeu alta hospitalar 48h após o procedimento em uso apenas de clopidogrel.

Este procedimento faz parte de um conjunto crescente de terapias minimamente invasivas por cateter, que beneficiam pacientes com diversas condições cardíacas. A realização do caso também contou com a participação do Dr. Carlos Gordilho, de Recife, que possui ampla experiência nesse tipo de procedimento.



Recentemente, foi noticiada a morte do consultor de etiqueta e ex-participante do reality show “A Fazenda” Fábio Arruda, aos 54 anos. Diz a notícia que exames cardiológicos de rotina haviam revelado a presença de uma obstrução em uma das artérias coronárias (vasos que irrigam o músculo cardíaco) do consultor. Na sequência, ele teria sido submetido a um cateterismo cardíaco que confirmou a presença de uma obstrução grave (90%) em uma das artérias coronárias. Entretanto, não ficou claro se no mesmo procedimento foi realizado o tratamento por cateter dessa obstrução. O fato é que, quatro dias após a realização do cateterismo, Fábio Arruda faleceu de forma súbita em casa.

Esse triste episódio suscitou muitas dúvidas sobre o que é o cateterismo cardíaco, a sua indicação e os risco associados a esse procedimento.

Indicações para realização do procedimento

O cateterismo cardíaco é um exame diagnóstico amplamente utilizado há mais de 50 anos e que serve para confirmar ou não a presença de obstruções nas artérias coronárias (placas de gordura que se formam na parede dos vasos, que gradativamente reduzem a passagem de sangue por eles). É realizado através da punção de uma artéria no punho (acesso radial) ou na virilha (acesso femoral) e da introdução de um cateteter que é avançado até o coração e detecta a presença de obstruções por intermédio da injeção de contraste radiológico nas artérias coronárias.

É importante ressaltar que o cateterismo cardíaco é um exame diagnóstico que é o padrão-ouro para a definição da situação das artérias coronárias. Além disso, é um exame extremamente seguro, com risco de complicações graves (como infarto, acidente vascular cerebral ou morte) inferior a 0,3%.

Em pacientes clinicamente estáveis, ou seja, que apresentam angina (dor no peito por falta de oxigenação do músculo cardíaco) apenas aos esforços maiores ou naqueles nos quais um exame não invasivo (como o teste ergométrico, a cintilografia do miocárdio ou a ressonância magnética cardíaca) mostrou a presença de isquemia (irrigação deficiente de uma região do coração), o cateterismo é, geralmente, realizado de forma ambulatorial, eletiva e programada (permanência no hospital por três a quatro horas). De maneira análoga, se confirmada a presença de obstruções nas coronárias, o tratamento (angioplastia com implante de stents ou, eventualmente, a cirurgia de ponte de safena) é também realizado de forma eletiva e planejada.

 Já em pacientes com sintomas considerados instáveis (angina de surgimento recente, que ocorre aos esforços progressivamente menores, de forte intensidade ou de duração prolongada), o cateterismo deve ser realizado o mais breve possível (em caráter de urgência) sendo que, frequentemente, recomenda-se a internação do paciente antes da realização do procedimento. Nesses casos, uma vez confirmada a presença de uma ou mais obstruções nas coronárias, o tratamento por cateter (chamado de angioplastia com implante de stent) é realizado durante o mesmo procedimento.

Finalmente, em pacientes com infarto agudo do miocárdio em evolução (provocado por uma obstrução total de uma artéria coronária pela placa de gordura), o cateterismo cardíaco e a angioplastia são realizados de forma emergencial (ou seja, com o mínimo retardo possível) visto que o tratamento precoce reduz o risco de morte e de complicações relacionadas à morte do músculo cardíaco.

No caso do consultor Fábio, não ficaram claros nem o quadro clínico apresentado por ele (angina estável, instável ou infarto) nem se ele foi submetido apenas ao cateterismo diagnóstico ou se também foi realizada a angioplastia com stent no mesmo procedimento.

Risco baixo de complicações

Importante frisar que o tratamento por angioplastia está associado a taxas de sucesso extremamente elevadas (acima de 97%) e risco muito baixo de complicações durante a hospitalização (abaixo de 1%), mesmo quando realizada no mesmo procedimento do cateterismo. Além disso, a ocorrência de uma complicação fatal após a alta hospitalar é ainda mais rara.

Em resumo, tanto o cateterismo diagnóstico quanto a angioplastia com stents são procedimentos corriqueiros nos dias de hoje, fundamentais tanto no diagnóstico quanto no tratamento das obstruções das artérias coronárias, e extremamente seguros. Os fatos ocorridos com o consultor Fábio Arruda são absolutamente incomuns e seriam necessárias maiores informações sobre o caso para poder tentar entender as razões da sua morte.

Portanto, se o seu cardiologista recomendar a realização do cateterismo cardíaco, não tenha receio. O exame é seguro e fundamental para o diagnóstico e a definição da melhor conduta a ser empregada para cada paciente.

Você pode conferir o comentário do Dr. Gilberto em vídeo, clicando na imagem abaixo.

Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre Nao tenha medo do cateterismo entenda as indicacoes e a seguranca do procedimento Fabio Arruda



Diante de tudo que vem acontecendo no Rio Grande do Sul, a gente precisa falar de saúde. Desde o começo de maio, a maior enchente já vista no estado tem deixado as pessoas apreensivas, sofrendo de estresse com a pressão diária provocada por tantas perdas causadas pelo avanço das águas. Em seu quadro no Programa da Regina (domingos, 18h, MasperTV, no 575 da TV aberta 575 e no 520 da Claro TV), no último domingo, o cardiologista Dr. Gilberto Lahorgue Nunes abordou o impacto de situações de desastres climáticos no coração.

Existe uma correlação importante entre catástrofes e manifestações de doenças cardiovasculares. Evidências cientificas mostram que desastres naturais, como as inundações que nós estamos passando aqui, fazem surgir ou agravar doenças cardiovasculares. A pessoa pode ter uma primeira manifestação de uma doença cardíaca, como um infarto, ou um agravamento de um doença pré-existente. Isso está relacionado principalmente ao estresse e à dificuldade de acesso às medicações de uso contínuo.

Em 2011, um grande terremoto no Japão devastou uma área significativa do país. Nas semanas seguintes ao evento, observou-se um crescimento relevante no número de mortes e paradas cardíacas por causas cardiovasculares.

Situações de estresse coletivo levam a uma alteração metabólica nas pessoas. Ansiedade gera taquicardia, aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, e isso, por si só, já ajuda a desencadear um infarto ou um acidente vascular cerebral (AVC).

ATENÇÃO AOS SINTOMAS

É fundamental as pessoas observarem os sintomas para buscar atendimento o mais rápido possível. Um infarto pode ser identificado a partir de uma dor de forte intensidade no peito, que surge em repouso, associada com náusea ou suor frio, podendo se irradiar para o pescoço ou braços. O AVC se manifesta principalmente pela perda de força ou sensibilidade em uma metade do corpo e dificuldade para falar.

A pessoa que já tem algum tipo de problema cardíaco, precisa se resguardar e ficar atenta aos sintomas. Não é recomendável ficar excessivamente em contato com as notícias relacionadas à calamidade do momento. E, muito importante, não descuidar do seu tratamento, especialmente, porque o acesso ao atendimento de urgência/emergência pode ser mais complicado em situações de catástrofe climática.

A partir desse desastre ocorrido no Japão foi gerado um score, que prediz o risco de a pessoa morrer por doenças cardiovasculares durante uma tragédia natural. São considerados os seguintes fatores: idade maior ou igual a 75 anos, se a moradia ou a vizinhança foram atingidas pela intempérie, se algum familiar faleceu ou foi hospitalizado, além de fatores de risco clássicos, como a presença de hipertensão, diabetes ou doença cardíaca pré-existente. Tendo quatro ou mais desses fatores, já existe um aumento significativo do risco cardíaco, em função de todo o estresse gerado pela situação.

A parte emocional é muito importante. O que conta nessa hora difícil é a capacidade da pessoa de lidar com situações adversas, com o estresse e a ansiedade, na medida do possível.

Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre capa 190524



Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre 041223 Foto com Dr. Colombo 2 no CardioInterv
Da esquerda para a direita, Dr. João Eduardo Tinoco (Linhares, Espírito Santo), Dr. Gilberto Lahorgue Nunes, Dr. Antonio Colombo e Dr. Breno Falcão (Fortaleza, Ceará).

O Dr. Gilberto Lahorgue Nunes participou na última semana (dias 30/11 e 01/12) da 23ª edição do CardioInterv – Simpósio Internacional de Cardiologia Intervencionista, um dos principais eventos científicos brasileiros sobre tratamentos cardiológicos por cateter, realizado no Hospital Cardiológico Costantini, em Curitiba, PR.

No Simpósio, o Dr. Gilberto teve a oportunidade de coordenar uma mesa redonda durante a qual foram apresentados e discutidos procedimentos por cateter para o tratamento de diversos tipos de doenças cardíacas, incluindo disfunções de válvulas cardíacas e de estenoses coronarianas complexas. Além disso, durante o evento, foram discutidos novos tratamento e técnicas por cateter que irão permitir que, cada vez mais, doenças cardíacas complexas possam ser abordadas de maneira menos invasiva, sem necessidade de cirurgia.

Importante ressaltar que essa reunião científica contou com a participação de diversos especialistas da América Latina, Europa e Estados Unidos. Participaram, de maneira virtual, ícones da espacialidade, como o Dr. Alain Cribier, da França (pioneiro no implante por cateter de válvulas cardíacas), o Dr. Gregg Stone, dos Estados Unidos (responsável por alguns dos trabalhos científicos mais importantes da Cardiologia Intervencionista), e o Dr. Horst Sievert, da Alemanha (pioneiro em vários tratamentos por cateter, incluindo a oclusão do apêndice atrial esquerdo).

Também participaram do evento, de maneira presencial, a Dra. Akiko Maehara, dos Estados Unidos (referência mundial em exames de imagem intravasculares como o ultrassom intracoronário e a tomografia de coerência ótica), e o Dr. Antonio Colombo, de Milão, Itália, um dos Cardiologistas Intervencionistas mais importantes da história. Foi graças ao trabalho do Dr. Colombo que a técnica de implante dos stents coronários farmacológicos foi aprimorada, praticamente eliminando as suas complicações imediatas e tornando possível a expansão das suas indicações para a maioria dos pacientes portadores de obstruções das coronárias (como se observa atualmente).



Indicado como alternativa para pacientes que não toleram anticoagulantes ou com alto risco para sangramento, ou ainda que apresentaram sangramento importante durante o uso desses medicamentos, o fechamento do apêndice atrial esquerdo por cateter é tão eficaz quanto e mais seguro do que a anticoagulação na prevenção do acidente vascular cerebral (AVC) em pacientes que apresentam um risco mais elevado de ocorrência de sangramento, como os idosos.

Esse foi o foco do evento realizado pelo Dr. Gilberto Lahorgue Nunes na última quarta-feira, 22 de novembro, que coordenou o debate sobre o tema com cardiologistas clínicos. Como palestrante convidado, o diretor clínico da CardioRitmo (de São José dos Campos, SP), Dr. Eduardo Rodrigues Bento Cunha, especialista em estimulação cardíaca artificial e eletrofisiologia invasiva.

O procedimento é indicado em pacientes portadores de uma arritmia chamada fibrilação atrial. Essa arritmia provoca acúmulo de coágulos dentro do apêndice do átrio esquerdo, que podem se deslocar, entrar na corrente sanguínea e migrar para o cérebro, provocando um AVC. A técnica foi desenvolvida para fazer o isolamento desse apêndice, de maneira que não exista a formação de coágulos nem a embolização para o cérebro. A vantagem desse tratamento por cateter é que ele é tão eficaz para a prevenção do AVC quanto o tratamento convencional utilizando medicamentos anticoagulantes, porém sem estar associado ao risco de sangramentos.

“O encontro serviu para discutir as indicações atuais, a seleção de pacientes que podem se beneficiar da oclusão do apêndice atrial esquerdo por cateter e os resultados tanto imediatos quanto tardios dessa técnica. Houve troca de experiências e debate com os cardiologistas clínicos, incentivando-os a considerarem esse tipo de procedimento no manejo dos pacientes que portadores da fibrilação atrial”, comentou o Dr. Gilberto.

O evento contou com o apoio científico da empresa Boston Scientific.

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Como as doenças cardiovasculares são a maior causa de morte no Brasil e no mundo, é fundamental conhecer os fatores de risco que levam a isso, especialmente aqueles que podem ser modificados. Esse é o foco das questões que o cardiologista Dr. Gilberto Lahorgue Nunes vem abordando em seu quadro semanal no Programa da Regina (domingos, 18h, Canal Bah!, canal 20 da Claro TV).

Dando continuidade à análise do estudo realizado pelo grupo de pesquisadores do “The Global Cardiovascular Risk Consortium”, recentemente publicado na renomada revista médica “The New England Journal of Medicine”, no último domingo (12), o Dr. Gilberto comentou sobre mais um fator de risco modificável apontado nesse estudo: a pressão arterial.pressão arterial

A pressão arterial é um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares, como o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC). Por isso, é muito importante que as pessoas saibam qual são seus níveis de pressão de modo geral.

O cardiologista Dr. Gilberto Lahorgue Nunes destaca um ponto importante: pressão alta não é um pico isolado de pressão. Pressão alta significa que a pressão arterial está acima do recomendado na maioria dos dias ou das horas do dia, e não em uma situação extrema. “Picos isolados de pressão arterial não caracterizam a doença hipertensão”, reforça o cardiologista.

A pressão arterial alta aumenta o dano vascular e, consequentemente, favorece que a formação de placas de gordura nas artérias coronárias, nas artérias do cérebro ou nas artérias carótidas. Além disso, se uma pessoa hipertensa apresenta picos altos de pressão arterial ou pressão sistematicamente descontrolada, está sujeita a um maior risco de rompimento de um vaso no cérebro e a subsequente ocorrência de um acidente vascular cerebral hemorrágico (que costuma ser mais grave do que o AVC isquêmico). Dessa forma, a pressão arterial não controlada pode aumentar tanto a incidência de infarto quanto dos dois tipos de AVC. Adicionalmente, esse descontrole pode causar danos sobre a retina, os rins e a circulação periférica.

Por outro lado, na maioria das vezes, pressão baixa não é um problema. Salvo em situações específicas de pacientes com doenças cardiovasculares agudas ou descompensadas, as quais a queda acentuada da pressão arterial pode ser um indicativo de gravidade do quadro clínico.

Causas da pressão alta

Em 90% dos casos não se sabe o que causa a elevação da pressão arterial. Em aproximadamente 10% dos casos é possível identificar uma causa específica. Essa situação geralmente ocorre em pessoas jovens que desenvolvem um quadro de hipertensão arterial em função de algumas doenças endócrinas ou do rim. A vantagem teórica nesses casos é que o tratamento da doença de base pode normalizar ou controlar de maneira mais adequada os níveis de pressão.

“À medida em que se envelhece, pelo enrijecimento das artérias do nosso corpo, existe uma tendência gradativa da pressão ir aumentando. De maneira que, em populações acima dos 60-70 anos, quase metade acabam ficando hipertensos pelo processo de envelhecimento”, comenta o Dr. Gilberto.

Felizmente, existe uma série de medicamentos bastante eficazes no controle da pressão arterial. Também são importantes no controle da pressão arterial a prática de atividade física regular e os cuidados com a alimentação. “Nada de saleiro na mesa”, recomenda o Dr. Gilberto Nunes.



As mortes globais e a incidência das doenças cardiovasculares (como infarto e acidente vascular cerebral ou AVC) são explicáveis em grande parte pela presença de cinco fatores de risco amplamente conhecidos e modificáveis. Essa é a conclusão apontada pelo estudo realizado pelo grupo de pesquisadores do “The Global Cardiovascular Risk Consortium”, que foi recentemente publicado na renomada revista médica “The New England Journal of Medicine” e que o cardiologista Dr. Gilberto Lahorgue Nunes analisa em seu quadro semanal no Programa da Regina (domingos, 18h, Canal Bah!, canal 20 da Claro TV).Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre foto Dia nacional de prevencao a obesidade

A obesidade é uma epidemia mundial. No Brasil, estima-se que entre 40 e 50% da população ou sejam obesas ou tenham sobrepeso. No Rio Grande do Sul, esse índice pula para 57%. O índice de massa corporal (IMC), uma medida muito utilizada para a quantificação do excesso de peso, foi o primeiro dos fatores de risco modificáveis identificado no estudo.

Para definir se uma pessoa é obesa ou não, é necessário saber não só o peso, mas também a sua altura. O IMC é calculado dividindo-se o peso corporal pelo quadrado da altura em centímetros. O IMC considerado normal é até 24,9, tanto para homens quanto para mulheres. Se este índice estiver acima de 25 indica a presença de sobrepeso e, se for superior a 30, o diagnóstico é de obesidade grau I (numa escala que vai até a obesidade grau III chamada de obesidade mórbida). Importante ressaltar que o aumento do peso corporal é um fator de risco cardiovascular que pode ser modificado principalmente por intermédio de mudanças no estilo de vida.

 

Questão de saúde pública

Há vários estudos que indicam que existe uma correlação entre obesidade e doença cardiovascular e, também, com outras doenças (como o diabetes, por exemplo.) “Consequentemente, é necessário tratar a obesidade ou o excesso de peso como um problema de saúde pública. Não se trata de fazer nenhum julgamento de valor ou estético. Estamos falando de saúde e quanto mais próximo o indivíduo estiver do peso ideal, melhor para a sua saúde”, ressalta o Dr. Gilberto.

Na maioria dos casos, obesidade está relacionada a dois fatores básicos: excessiva ingesta de calorias (alimentos contendo carboidratos ultraprocessados, por exemplo) e a falta de atividade física regular. “Não é uma questão de quantidade, mas sim de qualidade da alimentação. O importante é ter uma dieta balanceada e saudável”, enfatiza o Dr. Gilberto.  “Além disso, da mesma forma que a pessoa geralmente conhece o seu tipo sanguíneo, é importante saber o seu IMC, com o objetivo de estar atenta à possibilidade de uma aproximação do limite do índice de obesidade, que é acima de 30”, completa o cardiologista.

Você confere a conversa completa em nosso canal do YouTube. (clique aqui)



No último domingo, 29 de outubro, em seu quadro no Programa da Regina (domingos, 18h, Canal Bah!, canal 20 da Claro TV), o Dr. Gilberto Lahorgue Nunes abordou recente estudo mundial que apontou os cinco fatores de riscos evitáveis de problemas cardiovasculares e morte por qualquer causa.

Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre gravacao programa

As mortes globais e a incidência das doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC), são explicáveis, na sua maioria, por cinco fatores de risco amplamente conhecidos e modificáveis. Essa é a conclusão apontada pelo estudo realizado pelo grupo de pesquisadores do “The Global Cardiovascular Risk Consortium”, que foi recentemente publicado na renomada revista médica The New England Journal of Medicine”.

Esses cinco fatores de risco são o índice de massa corporal (calculado dividindo-se o peso corporal pelo quadrado da altura em centímetros), a pressão arterial, os níveis de colesterol, a presença ou não de diabetes e o fumo). Juntos, eles são responsáveis por 57% dos AVCs e infartos nas mulheres e por 52% desses eventos cardiovasculares nos homens. Além disso, esses cinco fatores são responsáveis por 27% das mortes por todas as causas ao final de 10 anos nas mulheres e por 22% delas nos homens. As conclusões desse estudo foram baseadas em uma análise de 112 estudos epidemiológicos realizados em 32 países de oito regiões geográficas e que envolveram mais de 1,5 milhão de pessoas.

Os achados desse estudo demonstram a importância não só da identificação desses fatores de risco mas, também, do seu controle. O fato de que todos os cinco fatores de risco são evitáveis reforça a necessidade de campanhas de educação e esclarecimento da população sobre o impacto deles na prevenção dos eventos cardiovasculares a longo prazo.

Desafio

É fundamental que as pessoas compreendam a importância desses fatores de risco: índice de massa corporal, pressão arterial, níveis de colesterol, presença ou não de diabetes, e fumo. “Mesmo com a realização de várias campanhas mostrando que esses fatores estão associados não só às doenças cardiovasculares, mas também a diferentes tipos de canceres, ainda não conseguimos controlá-los de maneira adequada”, ressalta o cardiologista Dr. Gilberto Lahorgue Nunes.

O estudo apontou também que, quando se faz a divisão por região geográfica, a América Latina é o local do planeta onde a taxa de fumo e o índice de massa corporal (que mede o grau de gordura de uma pessoa) são maiores em comparação a qualquer outra região do mundo. “Isso mostra o tamanho do desafio que temos e o quanto poderíamos impactar positivamente a mortalidade e a ocorrência de doenças cardiovasculares se conseguíssemos conscientizar as pessoas e tratar esses fatores de risco evitáveis”, reforça.

Notícia boa

Enquanto esse estudo emite um sinal de alerta do quanto é necessário trabalhar mais e tentar ser mais inovador na conscientização das pessoas, um dado positivo foi apresentado no último Congresso Brasileiro de Cardiologia, realizado em Porto Alegre, no mês de setembro.

Um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) mostrou que nos últimos 30 anos houve uma redução de 53% das mortes relacionadas à doença cardiovascular e de 22% na ocorrência de infartos e acidentes vasculares cerebrais (entre outras doenças cardiovasculares) no Rio Grande do Sul. “Os dados desses dois estudos demonstram que, se por um lado precisamos evoluir na prevenção da ocorrência das doenças cardiovasculares, por outro, dispomos atualmente de tratamentos (novos medicamentos e técnicas de intervenção por cateter) muito eficazes em reduzir o risco de morrer em decorrência de um infarto ou um AVC”.

Nos próximos programas, o Dr. Gilberto vai individualizar cada um desses fatores de risco, explicando o que são, qual o impacto que eles têm na saúde e o que se pode fazer para controlá-los.

 



Na última semana, dias 5 e 6 de outubro, o cardiologista Dr. Gilberto Lahorgue Nunes participou do programa de Certificação Médica do Implante por Cateter da válvula Evolut R para tratamento da estenose da válvula aortica (TAVI), promovido pela Medtronic, em Recife, PE.

Na pauta do treinamento: a seleção da válvula mais adequada nos diferentes cenários anatômicos, o impacto da TAVI na qualidade de vida do paciente e a durabilidade das válvulas implantar-se-á por cateter. Além dissCateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre Imagem do WhatsApp de 2023 10 06 as 17.44.56 c06e768d Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre IMG 20231009 WA0001 Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre IMG 20231009 WA0005 Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre IMG 20231009 WA0006 Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre IMG 20231009 WA0009 Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre IMG 20231009 WA0010

o, durante os dois casos ao vivo realizados, foram abordados aspectos práticos como o passo a passo do procedimento, o manejo das complicações e as técnicas de implante da válvula (sobreposição das cúspides para o adequado posicionamento da prótese e o alinhamento comissural visando facilitar o acesso aos ostios das artérias coronárias).



Com aplicação dos pulsos de ultrassom pelo balão ShockWave, pode-se evitar o procedimento cirúrgico, que é mais invasivo e arriscado ao paciente

 

Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre procedimento no divina providencia
Dr. Gilberto e Dra. Diane na Unidade Endovascular do Divina

Pela primeira vez, o Hospital Divina, da Rede de Saúde da Divina Providência (RSDP), utilizou o dispositivo ShockWave que, através da emissão de pulsos de ultrassom, permite que os médicos “explodam” calcificações extensas e profundas presentes nas obstruções das artérias coronárias e facilitem o implante dos stents. Este é o único dispositivo médico capaz de tratar este tipo de calcificação, mesmo que ela se encontre atrás das hastes de um stent. O cardiologista Gilberto Lahorgue Nunes, com auxílio da médica Diane Roso, realizou o procedimento em um paciente de 76 anos, que já havia passado por cirurgia de ponte de safena há dez anos e, há cinco, pela colocação de um stent por cateterismo.

“Este novo dispositivo amplia as indicações de tratamento das obstruções coronárias calcificadas pelo cateterismo, evitando, no caso deste paciente, a necessidade de mais uma cirurgia cardíaca, que sempre é associada a um maior risco de complicações pós-operatórias”, afirma o cirurgião.

 

cardiologista porto alegre shockwave

Ele destaca ainda que o entupimento das artérias, comumente, é provocado por placas de gordura, que em geral, podem ser facilmente dilatadas com o uso de balões seguido por implante dos stents. “Quando, entretanto, existe uma grande calcificação desta placa de gordura ou quando essa calcificação está localizada atrás das hastes de um stent previamente implantado (como era o caso deste paciente), a dilatação com o balão não consegue ‘romper’ o estreitamento da coronária e, consequentemente, impossibilita o implante do stent”, explica dr Gilberto, informando que, nestes casos, o tratamento por cateter não consegue ser realizado sem o uso deste novo dispositivo, o ShockWave.

O stent coronário é uma pequena prótese tubular metálica composta de uma liga de cromo e cobalto e que é implantada, por meio de um cateter no interior de uma artéria coronária (vasos que irrigam o músculo cardíaco) para o tratamento, minimamente, invasivo das obstruções (“entupimentos”) destes vasos. O Dr. Gilberto, na semana do coração – 29 de setembro é o Dia Mundial do Coração – comemora a chegada deste novo dispositivo que irá proporcionar um tratamento ainda mais seguro e eficaz aos pacientes cardíacos do Divina.


Dr. Gilberto Nunes | Clínica Cardiologista Porto Alegre