Arquivos Cateterismo | Cardiologista Dr. Gilberto Nunes Arquivos Cateterismo | Cardiologista Dr. Gilberto Nunes

Recentemente, foi noticiada a morte do consultor de etiqueta e ex-participante do reality show “A Fazenda” Fábio Arruda, aos 54 anos. Diz a notícia que exames cardiológicos de rotina haviam revelado a presença de uma obstrução em uma das artérias coronárias (vasos que irrigam o músculo cardíaco) do consultor. Na sequência, ele teria sido submetido a um cateterismo cardíaco que confirmou a presença de uma obstrução grave (90%) em uma das artérias coronárias. Entretanto, não ficou claro se no mesmo procedimento foi realizado o tratamento por cateter dessa obstrução. O fato é que, quatro dias após a realização do cateterismo, Fábio Arruda faleceu de forma súbita em casa.

Esse triste episódio suscitou muitas dúvidas sobre o que é o cateterismo cardíaco, a sua indicação e os risco associados a esse procedimento.

Indicações para realização do procedimento

O cateterismo cardíaco é um exame diagnóstico amplamente utilizado há mais de 50 anos e que serve para confirmar ou não a presença de obstruções nas artérias coronárias (placas de gordura que se formam na parede dos vasos, que gradativamente reduzem a passagem de sangue por eles). É realizado através da punção de uma artéria no punho (acesso radial) ou na virilha (acesso femoral) e da introdução de um cateteter que é avançado até o coração e detecta a presença de obstruções por intermédio da injeção de contraste radiológico nas artérias coronárias.

É importante ressaltar que o cateterismo cardíaco é um exame diagnóstico que é o padrão-ouro para a definição da situação das artérias coronárias. Além disso, é um exame extremamente seguro, com risco de complicações graves (como infarto, acidente vascular cerebral ou morte) inferior a 0,3%.

Em pacientes clinicamente estáveis, ou seja, que apresentam angina (dor no peito por falta de oxigenação do músculo cardíaco) apenas aos esforços maiores ou naqueles nos quais um exame não invasivo (como o teste ergométrico, a cintilografia do miocárdio ou a ressonância magnética cardíaca) mostrou a presença de isquemia (irrigação deficiente de uma região do coração), o cateterismo é, geralmente, realizado de forma ambulatorial, eletiva e programada (permanência no hospital por três a quatro horas). De maneira análoga, se confirmada a presença de obstruções nas coronárias, o tratamento (angioplastia com implante de stents ou, eventualmente, a cirurgia de ponte de safena) é também realizado de forma eletiva e planejada.

 Já em pacientes com sintomas considerados instáveis (angina de surgimento recente, que ocorre aos esforços progressivamente menores, de forte intensidade ou de duração prolongada), o cateterismo deve ser realizado o mais breve possível (em caráter de urgência) sendo que, frequentemente, recomenda-se a internação do paciente antes da realização do procedimento. Nesses casos, uma vez confirmada a presença de uma ou mais obstruções nas coronárias, o tratamento por cateter (chamado de angioplastia com implante de stent) é realizado durante o mesmo procedimento.

Finalmente, em pacientes com infarto agudo do miocárdio em evolução (provocado por uma obstrução total de uma artéria coronária pela placa de gordura), o cateterismo cardíaco e a angioplastia são realizados de forma emergencial (ou seja, com o mínimo retardo possível) visto que o tratamento precoce reduz o risco de morte e de complicações relacionadas à morte do músculo cardíaco.

No caso do consultor Fábio, não ficaram claros nem o quadro clínico apresentado por ele (angina estável, instável ou infarto) nem se ele foi submetido apenas ao cateterismo diagnóstico ou se também foi realizada a angioplastia com stent no mesmo procedimento.

Risco baixo de complicações

Importante frisar que o tratamento por angioplastia está associado a taxas de sucesso extremamente elevadas (acima de 97%) e risco muito baixo de complicações durante a hospitalização (abaixo de 1%), mesmo quando realizada no mesmo procedimento do cateterismo. Além disso, a ocorrência de uma complicação fatal após a alta hospitalar é ainda mais rara.

Em resumo, tanto o cateterismo diagnóstico quanto a angioplastia com stents são procedimentos corriqueiros nos dias de hoje, fundamentais tanto no diagnóstico quanto no tratamento das obstruções das artérias coronárias, e extremamente seguros. Os fatos ocorridos com o consultor Fábio Arruda são absolutamente incomuns e seriam necessárias maiores informações sobre o caso para poder tentar entender as razões da sua morte.

Portanto, se o seu cardiologista recomendar a realização do cateterismo cardíaco, não tenha receio. O exame é seguro e fundamental para o diagnóstico e a definição da melhor conduta a ser empregada para cada paciente.

Você pode conferir o comentário do Dr. Gilberto em vídeo, clicando na imagem abaixo.

Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre Nao tenha medo do cateterismo entenda as indicacoes e a seguranca do procedimento Fabio Arruda



Indicado como alternativa para pacientes que não toleram anticoagulantes ou com alto risco para sangramento, ou ainda que apresentaram sangramento importante durante o uso desses medicamentos, o fechamento do apêndice atrial esquerdo por cateter é tão eficaz quanto e mais seguro do que a anticoagulação na prevenção do acidente vascular cerebral (AVC) em pacientes que apresentam um risco mais elevado de ocorrência de sangramento, como os idosos.

Esse foi o foco do evento realizado pelo Dr. Gilberto Lahorgue Nunes na última quarta-feira, 22 de novembro, que coordenou o debate sobre o tema com cardiologistas clínicos. Como palestrante convidado, o diretor clínico da CardioRitmo (de São José dos Campos, SP), Dr. Eduardo Rodrigues Bento Cunha, especialista em estimulação cardíaca artificial e eletrofisiologia invasiva.

O procedimento é indicado em pacientes portadores de uma arritmia chamada fibrilação atrial. Essa arritmia provoca acúmulo de coágulos dentro do apêndice do átrio esquerdo, que podem se deslocar, entrar na corrente sanguínea e migrar para o cérebro, provocando um AVC. A técnica foi desenvolvida para fazer o isolamento desse apêndice, de maneira que não exista a formação de coágulos nem a embolização para o cérebro. A vantagem desse tratamento por cateter é que ele é tão eficaz para a prevenção do AVC quanto o tratamento convencional utilizando medicamentos anticoagulantes, porém sem estar associado ao risco de sangramentos.

“O encontro serviu para discutir as indicações atuais, a seleção de pacientes que podem se beneficiar da oclusão do apêndice atrial esquerdo por cateter e os resultados tanto imediatos quanto tardios dessa técnica. Houve troca de experiências e debate com os cardiologistas clínicos, incentivando-os a considerarem esse tipo de procedimento no manejo dos pacientes que portadores da fibrilação atrial”, comentou o Dr. Gilberto.

O evento contou com o apoio científico da empresa Boston Scientific.

Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre IMG 20231123 WA0019

Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre IMG 20231123 WA0015

Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre IMG 20231123 WA0010



No último domingo, 29 de outubro, em seu quadro no Programa da Regina (domingos, 18h, Canal Bah!, canal 20 da Claro TV), o Dr. Gilberto Lahorgue Nunes abordou recente estudo mundial que apontou os cinco fatores de riscos evitáveis de problemas cardiovasculares e morte por qualquer causa.

Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre gravacao programa

As mortes globais e a incidência das doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC), são explicáveis, na sua maioria, por cinco fatores de risco amplamente conhecidos e modificáveis. Essa é a conclusão apontada pelo estudo realizado pelo grupo de pesquisadores do “The Global Cardiovascular Risk Consortium”, que foi recentemente publicado na renomada revista médica The New England Journal of Medicine”.

Esses cinco fatores de risco são o índice de massa corporal (calculado dividindo-se o peso corporal pelo quadrado da altura em centímetros), a pressão arterial, os níveis de colesterol, a presença ou não de diabetes e o fumo). Juntos, eles são responsáveis por 57% dos AVCs e infartos nas mulheres e por 52% desses eventos cardiovasculares nos homens. Além disso, esses cinco fatores são responsáveis por 27% das mortes por todas as causas ao final de 10 anos nas mulheres e por 22% delas nos homens. As conclusões desse estudo foram baseadas em uma análise de 112 estudos epidemiológicos realizados em 32 países de oito regiões geográficas e que envolveram mais de 1,5 milhão de pessoas.

Os achados desse estudo demonstram a importância não só da identificação desses fatores de risco mas, também, do seu controle. O fato de que todos os cinco fatores de risco são evitáveis reforça a necessidade de campanhas de educação e esclarecimento da população sobre o impacto deles na prevenção dos eventos cardiovasculares a longo prazo.

Desafio

É fundamental que as pessoas compreendam a importância desses fatores de risco: índice de massa corporal, pressão arterial, níveis de colesterol, presença ou não de diabetes, e fumo. “Mesmo com a realização de várias campanhas mostrando que esses fatores estão associados não só às doenças cardiovasculares, mas também a diferentes tipos de canceres, ainda não conseguimos controlá-los de maneira adequada”, ressalta o cardiologista Dr. Gilberto Lahorgue Nunes.

O estudo apontou também que, quando se faz a divisão por região geográfica, a América Latina é o local do planeta onde a taxa de fumo e o índice de massa corporal (que mede o grau de gordura de uma pessoa) são maiores em comparação a qualquer outra região do mundo. “Isso mostra o tamanho do desafio que temos e o quanto poderíamos impactar positivamente a mortalidade e a ocorrência de doenças cardiovasculares se conseguíssemos conscientizar as pessoas e tratar esses fatores de risco evitáveis”, reforça.

Notícia boa

Enquanto esse estudo emite um sinal de alerta do quanto é necessário trabalhar mais e tentar ser mais inovador na conscientização das pessoas, um dado positivo foi apresentado no último Congresso Brasileiro de Cardiologia, realizado em Porto Alegre, no mês de setembro.

Um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) mostrou que nos últimos 30 anos houve uma redução de 53% das mortes relacionadas à doença cardiovascular e de 22% na ocorrência de infartos e acidentes vasculares cerebrais (entre outras doenças cardiovasculares) no Rio Grande do Sul. “Os dados desses dois estudos demonstram que, se por um lado precisamos evoluir na prevenção da ocorrência das doenças cardiovasculares, por outro, dispomos atualmente de tratamentos (novos medicamentos e técnicas de intervenção por cateter) muito eficazes em reduzir o risco de morrer em decorrência de um infarto ou um AVC”.

Nos próximos programas, o Dr. Gilberto vai individualizar cada um desses fatores de risco, explicando o que são, qual o impacto que eles têm na saúde e o que se pode fazer para controlá-los.

 



As oclusões totais crônicas das artérias coronárias representam as lesões mais desafiadoras para o tratamento por angioplastia. A tecnologia vem sendo uma forte aliada no desenvolvimento de instrumentos que aumentam a taxa de sucesso de maneira expressiva, com baixo risco de complicações.

Esta semana, o Dr. Gilberto Lahorgue Nunes participou de um treinamento especial em novas técnicas de tratamento por cateter em simuladores. Este treinamento foi oferecido pela Boston Scientific do Brasil e incluiu novos dispositivos e cateteres para tratamento das oclusões totais crônicas das artérias coronárias, oclusão do apêndice atrial esquerdo e colocação de filtro de proteção cerebral.

O apêndice atrial esquerdo é o local mais frequente de formação de coágulos dentro do coração em pacientes portadores da arritmia cardíaca, chamada de fibrilação atrial. A oclusão do apêndice por cateter é tão eficaz quantos os medicamentos anticoagulantes (que impedem o sangue de coagular), além de não estar associado ao risco de sangramentos graves que podem ocorrer durante o uso a longo prazo destas medicações. Já os dispositivos (filtros) de proteção cerebral capturam fragmentos que são liberados na corrente sanguínea durante o implante de válvulas cardíacas por cateter, evitando a embolização dessas partículas para o cérebro e, consequentemente, a ocorrência de acidente vascular cerebral (AVC).

Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre IMG 20230817 WA0003 Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre IMG 20230817 WA0002 Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre IMG 20230817 WA0006



A clínica de cardiologia Dr. Gilberto Nunes, em Porto Alegre, passa a oferecer um novo tratamento por cateter para miocardiopatia hipertrófica, doença que causa um espessamento importante (hipertrofia) nas paredes do coração, especialmente o ventrículo esquerdo. Nessa nova técnica, a oclusão do ramo coronariano que irriga o septo espessado é feita através da injeção de uma cola vascular chamada OnyxÒ. Essa substância é usada corriqueiramente na embolização de aneurismas cerebrais, sendo bastante segura de ser utilizada.

O cardiologista explica que em pacientes nos quais o grau de obstrução é muito acentuado, causando sintomas que não respondem ao tratamento com remédios, é possível realizar um tratamento por cateter.

A forma clássica dessa abordagem menos invasiva do que a cirurgia de peito aberto consiste na injeção de álcool absoluto (100 graus) nos vasos coronários que irrigam a porção hipertrofiada do septo, visando criar uma pequena área de infarto localizado.

Apesar de ser bastante eficaz no alívio dos sintomas e na redução do grau de obstrução, devido à toxicidade do álcool absoluto, eventualmente podem surgir complicações como o surgimento de bloqueios do sistema de condução elétrica do coração (necessitando o implante de um marcapasso), arritmias cardíacas graves e perfuração do músculo cardíaco.

Menor risco de complicaçãoCateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre onyx

Com a utilização do Onyx é possível conseguir resultados tão bons quanto os obtidos pela injeção do álcool, mas com um risco muito menor de problemas no pós. As vantagens observadas com esse novo tipo de tratamento é a drástica redução de complicações, raras ocorrências de arritmias e de bloqueios, evitando a necessidade de implante de marcapasso.

No final de 2022, o Dr. Gilberto Lahorgue Nunes realizou o primeiro caso do Sul do Brasil de tratamento da miocardiopatia hipertrófica com essa nova técnica.

 



Desde o final de abril, a clínica de cardiologia Dr. Gilberto Lahorgue Nunes iniciou uma parceria com o programa da jornalista Regina Lima. O médico cardiologista de porto Alegre mantém um quadro especial dentro do programa, para falar sobre a saúde do coração.

Exibido aos domingos, às 18h, no canal Bah TV (20 ou 520 da Net/Claro e no YouTube e Facebook), o quadro do Dr. Gilberto está abordando as principais dúvidas relacionadas às doenças cardiovasculares, além de esclarecer sobre os tratamentos por meio de cateterismo.

Os vídeos completos das conversas do Dr. Gilberto com a jornalista Regina Lima podem ser conferidos no canal do YouTube da clínica – www.youtube.com/@clinicagilbertonunes507

Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre programa da regina
Quadro de estreia do Dr. Gilberto Lahorgue Nunes no Programa da Regina.

 



Dr. Gilberto Lahorgue Nunes conduz primeiro caso no RS utilizando software baseado em IA num procedimento de implante de stent coronário
Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre dr gilberto lahogue nunes conduzindo OCT com Ultreon

Em abril, no Hospital Mãe de Deus em Porto Alegre, RS, foi realizado o primeiro caso de angioplastia com implante de stent coronário utilizando a Tomografia de Coerência Óptica (OCT) com o novo software Ultreon™ no Sul do país. Esse foi o segundo caso realizado no Brasil (o primeiro foi em São Paulo no InCor) e foi conduzido pelo Dr. Gilberto Lahorgue Nunes e pela Dra. Diane Cláudia Roso, ambos Cardiologistas Intervencionistas. “O procedimento foi realizado para tratamento de uma estenose coronariana envolvendo uma bifurcação e ocorreu sem intercorrências. Todos os avanços proporcionados por essa nova tecnologia foram observados pela equipe”, observa Dr. Gilberto.

A Inteligencia Artifical a serviço da Cardiologia

O software Ultreon™ utiliza Inteligência Artificial (IA) para auxiliar os médicos na detecção de cálcio e na mensuração dos diâmetros das artérias, permitindo o implante de stents exatamente onde são necessários. A OCT é um exame de alta definição, no qual um pequeno cateter é introduzido dentro das artérias coronárias gerando imagens em tempo real que determinam com melhor qualidade a gravidade e a composição das placas que ocasionam os bloqueios desses vasos, provocando quadros de angina ou mesmo infarto do miocárdio.

Esse novo sistema de imagem, o Ultreon™ 1.0, foi desenvolvido pela empresa Abbott e combina a OCT com o poder da automação, usando a IA, o que permite aos médicos obter informações mais precisas e que auxiliam nas tomadas de decisão para desobstrução das artérias em procedimentos minimamente invasivos.

Esse novo sistema também permite a integração das imagens captadas com a OCT com as obtidas pela angiografia convencional com contraste, aumentando a precisão com que os stents são implantados e tornando o procedimento mais rápido e simples.

Dentre as possibilidades fornecidas por esse software de Inteligência Artificial, destacam-se a detecção automática da presença de cálcio nas placas ateroscleróticas, fornecendo o seu grau de angulação, comprimento e espessura e indicando, dessa forma, se existe a necessidade de remoção desse cálcio antes do implante do stent. Além disso, a IA identifica de maneira automática áreas do stent que não estejam completamente expandidas, permitindo a sua imediata correção. As informações detalhadas, fornecidas por essa nova tecnologia, proporcionam uma maior segurança e eficácia no tratamento por cateter das obstruções das artérias coronárias.

Adicionalmente, além desse sistema avançado de imagem intravascular, o Ultreon™ agrega a possibilidade de avaliação fisiológica minimamente invasiva das estenoses coronárias utilizando o FFR (avaliação fisiológica sob stress com adenosina) e RFR (avaliação fisiológica em repouso).



Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre dr gilberto no treinamento OCT em sao pauloO médico cardiologista Dr. Gilberto Lahorgue Nunes participou nesta semana no Instituto do Coração (InCor), em São Paulo, da segunda fase de treinamento do novo software para realização da Tomografia de Coerência Ótica (OCT), exame de imagem intravascular utilizado para a visualização da parede das artérias coronárias.

A OCT é um exame de alta definição utilizado para melhor caracterizar a gravidade e a composição das placas de gordura que ocasionam bloqueios nas artérias coronárias, provocando quadros de angina ou mesmo infarto do miocárdio.

Essa nova versão do software da OCT (batizado de Ultreon) incorpora a tecnologia de inteligência artificial e, além disso, permite a integração das imagens intravasculares obtidas pelo equipamento com as imagens angiográficas obtidas durante o cateterismo cardíaco, facilitando a determinação da extensão e da composição da placa de gordura (presença de cálcio) e aumentando a segurança e a eficácia do tratamento por cateter dessas obstruções.

A primeira etapa do treinamento foi realizada no final do ano passado no Tampa General Hospital, Tampa, Flórida, EUA. Nessa segunda etapa realizada em São Paulo, além de aulas teóricas e treinamento em simuladores, foi possível acompanhar a utilização dessa tecnologia inovadora em casos reais, realizados pelos Drs. Alexandre Abizaid e Carlos Campos no InCor.

O Dr. Gilberto fez parte de um grupo restrito de especialistas brasileiros selecionados pela empresa fabricante desse equipamento para realizar o treinamento especial, visando dominar a técnica e, na sequência, implantar a nova tecnologia nos hospitais em que atua em Porto Alegre, RS.



Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre 211122 evento rotablator 1No último sábado (19/11), o médico cardiologista Dr. Gilberto Lahorgue Nunes participou do XXI Encontro do Departamento de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, realizado pela Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul (Socergs). Durante o evento, que reuniu cardiologistas intervencionistas de todo estado, o Dr. Gilberto abordou o tema “Rotablator: técnica e literatura”

O Rotablator é um dispositivo utilizado para o tratamento das obstruções das artérias coronárias. Consiste em um cateter conectado a uma pequena ogiva coberta com microdiamantes. Esse cateter é conectado a uma turbina de ar comprimido que, quando acionada, faz a ogiva girar a uma velocidade média de 160.000 a 170.000 rpm (rotações por minuto). À medida que o cateter do Rotablator é avançado sobre a obstrução da artéria coronária, a ogiva giratória pulveriza pedaços da placa de gordura em pequenas micropartículas (com tamanho menor do que uma célula vermelha do sangue). Essas micropartículas são, então, eliminadas pela microcirculação.

A grande utilidade do Rotablator é no tratamento por cateter de obstruções causadas por placas de gordura (ateroma) muito duras devido à presença de grande quantidade de cálcio depositado no ateroma.Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre rotablator

Quando a obstrução é muito calcificada, a dilatação com o cateter-balão (angioplastia) não é capaz de romper a placa aterosclerótica e, consequentemente, desobstruir o vaso. O emprego do Rotablator nessas situações de extrema calcificação do ateroma possibilita a desobstrução da coronária, pois a ogiva de diamantes é capaz de remover e pulverizar esse cálcio, tornando a placa mais “mole” e, consequentemente, permitindo a adequada dilatação da obstrução com o cateter-balão.

Dessa forma, é possível posteriormente implantar um stent (pequena prótese metálica) e expandi-lo de maneira adequada. Cabe lembrar que a expansão inadequada ou incompleta do stent pode desencadear quadros de trombose aguda com obstrução completa da artéria coronária (provocando um infarto do miocárdio) ou aumentar o risco de retorno da obstrução após alguns meses (reestenose).

Em resumo, o Rotablator é um dispositivo para tratamento que permite a abordagem de obstruções muito calcificadas e que seriam impossíveis de serem tratadas por cateter sem risco de graves complicações. Nesses casos, o emprego do Rotablator antes do implante do stent permite a adequada dilatação da obstrução e o implante ótimo da prótese.



A ablação da artéria septal com cateter e uso de uma nova substância serve para tratar a miocardiopatia hipertrófica forma obstrutiva. Essa é a principal causa da morte súbita de adultos jovens e de atletas

 

Um procedimento cardíaco inovador foi realizado pela primeira vez no Rio Grande do Sul na sexta-feira, 4 de novembro, no Hospital Divina (HD). Um paciente de 40 anos, procedente de Canoas, foi submetido a uma ablação da artéria septal. Esta técnica não invasiva é utilizada para tratar a miocardiopatia hipertrófica forma obstrutiva.

Procedimento cardíaco inédito no RS realizado no Hospital Divina Providência

O médico cardiologista Dr. Gilberto Lahorgue Nunes, Cardiologista Intervencionista do Hospital Divina Providencia, explica que essa é uma doença de fundo genético. ”Ocorre quando o septo interventricular, a porção da musculatura que divide os ventrículos esquerdo e direito, fica anormalmente e desproporcionalmente hipertrofiada, ou seja, mais espessa do que o restante das paredes do ventrículo esquerdo.”

Conforme o cardiologista, isso provoca uma obstrução dinâmica à ejeção do sangue do coração, causando os sintomas de tontura, eventualmente dor no peito, falta de ar e, em casos mais graves, pode causar morte repentina. “A miocardiopatia hipertrófica forma obstrutiva é a principal causa de morte súbita em adultos jovens e em atletas”, acrescenta.

 

Tratamento convencional

O Dr. Gilberto relata que no tratamento clássico dessa doença, o cirurgião cortava um pedaço desse músculo hipertrofiado, mais grosso, aliviando a obstrução. Há vários anos, existe a alternativa do tratamento menos invasivo por cateter. Através do cateterismo, é identificada a artéria septal que irriga a porção mais espessada, mais volumosa desse músculo cardíaco na parede septal.

O tratamento mais convencional era a injeção de álcool absoluto, a 100%, para provocar um “infarto controlado” naquela região e, consequentemente, fazer o músculo reduzir de espessura, já que essa é a evolução natural após um infarto.
“O álcool absoluto é muito irritativo e esse procedimento estava associado a algumas complicações como o surgimento de arritmias ventriculares graves durante o exame e de bloqueios cardíacos após a realização da ablação da artéria septal”, revela o cardiologista.

Segundo ele, em alguns casos, era necessário o implante de um marcapasso cardíaco. “Dependendo da quantidade de álcool que se injeta, existe o risco de provocar uma perfuração do músculo cardíaco, causando uma complicação chamada de comunicação interventricular, ou seja, um “furo” entre os dois ventrículos.”

 

Inovação e vantagens

O procedimento realizado no HD, que ainda está em fase de acúmulo de experiência no Brasil, trata a doença por cateter, mas sem injetar álcool absoluto. O cardiologista diz que é utilizada uma substância chamada Ônix que são micropartículas, usadas para embolização na área da Neurologia e de malformações arteriovenosas na circulação periférica.

As vantagens observadas com esse novo tipo de tratamento é a drástica redução de complicações, raras ocorrências de arritmias e de bloqueios, evitando a necessidade de implante de marcapasso.

O Dr. Sidney Munhoz, de Cuiabá (MT), que atualmente tem a maior experiência nacional com essa técnica alternativa, foi convidado a participar do procedimento junto com a equipe, formada pelos médicos Gilberto Lahorgue Nunes e Diane Cláudia Roso (Cardiologistas Intervencionistas) e Júlia Schmidt Silva Busato (anestesista).

O procedimento foi bastante complexo pois, ao contrário do que ocorre na maioria dos casos, mais de um ramo coronariano irrigava a porção mais hipertrofiada do septo interventricular. Desta forma, foi necessária a embolização de 4 ramos diferentes. O gradiente (diferença de pressão) registrado dentro da cavidade do ventrículo esquerdo foi reduzido de 53 mmHg para 15 mmHg. O critério de sucesso para este tipo de procedimento exige que o gradiente final pós-tratamento seja inferior a 30 mmHg.

Num caso como este, se a técnica convencional com injeção de álcool absoluto fosse utilizada, o risco de complicações sérias seria muito alto pelo grande volume de álcool a ser injetado. Muito provavelmente, com esta técnica seria necessário repetir o procedimento mais de uma vez para poder completar o tratamento com segurança.

Ao contrário, utilizando a nova técnica com o uso da substancia Onix, foi possível embolizar todos os ramos envolvidos sem o surgimento de arritmias, bloqueios cardíacos ou outras complicações. O paciente evoluiu muito bem após o procedimento, tendo recebido alta 48 horas após o procedimento.

Para saber mais, confira a entrevista do Dr. Gilberto ao programa Rio Grande no Ar, na TV Record (primeiro vídeo), e no Tudo por Você, da RDCTV Digital.

Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre 111122 foto dr na record

Cateterismo Cardiologista Dr. Gilberto Nunes | Porto Alegre 111122 foto dr no programa


Dr. Gilberto Nunes | Clínica Cardiologista Porto Alegre