A clínica do médico cardiologista Dr. Gilberto Nunes, em Porto Alegre, passa a realizar dois novos tratamentos: reparo percutâneo da válvula mitral – Mitra Clip e o fechamento do apêndice atrial esquerdo.
A válvula mitral é uma válvula localizada dentro do coração e que conecta o átrio esquerdo (cavidade que recebe o sangue oxigenado vindo do pulmão) ao ventrículo esquerdo (que bombeia o sangue para todo o corpo inteiro através da artéria aorta). Essa válvula pode ficar insuficiente (ou seja, apresentar uma vedação incompleta durante a contração do coração, permitindo o vazamento de sangue de volta para o pulmão) devido a uma degeneração dos seus folhetos ou em situações nas quais as cavidades do coração estão dilatadas, afastando um folheto do outro. O retorno do sangue para a circulação pulmonar pode desencadear quadros de insuficiência cardíaca (caracterizados pelo surgimento de falta de ar) ou até mesmo provocar um edema agudo de pulmão. Até recentemente, o único tratamento disponível para a insuficiência da válvula mitral era a cirurgia de peito aberto. Hoje em dia, é possível realizar o reparo dessa válvula por meio do implante por cateter de clips que aproximam os folhetos e reduzem o vazamento pela válvula.
Já o fechamento ou oclusão do apêndice atrial esquerdo (cavidade cardíaca conectada ao átrio esquerdo) está indicado em pacientes que apresentam uma arritmia cardíaca chamada de fibrilação atrial que provoca a formação de coágulos no interior do apêndice. Esses coágulos podem se desprender e ocluir uma artéria do cérebro, causando um acidente vascular cerebral (AVC). Com o implante de próteses especialmente desenhadas para este fim, é possível ocluir o apêndice atrial esquerdo pela punção de uma veia localizada na virilha e evitar a risco de AVC, assim como a necessidade do uso de medicações anticoagulantes a longo prazo (reduzindo o risco de hemorragias).
Ambos os tratamentos acima descritos são realizados por cateter, de maneira menos invasiva do que a cirurgia convencional (na qual é necessário realizar a abertura do tórax para acessar o coração). O Dr. Gilberto Lahorgue Nunes é um dos cardiologistas mais experientes no campo dos procedimentos por cateter, com ampla experiência no tratamento menos invasivo de uma série de doenças do coração.
Existe uma série de diferentes métodos diagnósticos em Cardiologia, desde exames não invasivos até os exames invasivos. Exemplos de exames não invasivos são o eletrocardiograma, o teste de esforço e o ecocardiograma, entre outros. O cateterismo cardíaco é um exame invasivo que consiste na introdução de um cateter no sistema vascular (artéria ou veia) e que visa a confirmação de uma suspeita da presença ou não de problemas cardíacos ou vasculares sugerida pelos testes não-invasivos. O cateterismo cardíaco também pode ser realizado para para fins de tratamento.
Na área da Cardiologia, o cateterismo diagnóstico é realizado, geralmente, para a visualização das artérias coronárias e a identificação de obstruções (estenoses) destes vasos. Neste caso, este exame é chamado de cinecoronariografia. Por outro lado, atualmente, o cateterismo pode ser realizado para a tratamento de uma série de doenças cardíacas como, por exemplo, as obstruções das artérias coronárias (neste caso o procedimento é chamado de angioplastia coronariana com implante de stent) e as falhas de funcionamento das válvulas cardíacas (neste caso, chamado de implante de válvula por cateter ou reparo valvular por cateter).
Com a disseminação e diversificação dos tratamentos por cateter, cada vez menos existe a necessidade de recorrer-se à cirurgia cardíaca de peito aberto para o tratamento das afecções cardiológicas. O tratamento por cateter possui uma série de vantagens sobre a cirurgia convencional, sendo menos invasivo, de recuperação mais rápida e, consequentemente, associado a um menor tempo de internação e a uma recuperação mais rápida.
Nesse artigo, vamos apresentar tudo o que você precisa saber sobre o cateterismo cardíaco, tanto para fins de diagnóstico quanto de tratamento. Com esse conhecimento, você vai se sentir mais seguro e confiante para realizar o procedimento, caso ele seja indicado pelo seu médico.
1. O que é cateterismo cardíaco?
O cateterismo cardíaco é um nome genérico utilizado para se referir a um procedimento diagnóstico cardiológico, no qual um cateter (pequeno tubo) é introduzido por uma artéria ou veia periférica e avançado até o coração. Esse tipo de procedimento invasivo é realizado, geralmente, para determinação da presença ou não de obstruções (estreitamentos) das artérias coronárias (neste caso, ele é chamado de cinecoronariografia). Além de ser o padrão-ouro para a identificação destas obstruções, a cinecoronariografia também determina se há a necessidade ou não do seu tratamento. Quando o cateterismo cardíaco é realizado visando o tratamento das obstruções de coronárias ele é denominado angioplastia coronária (ver item 2).
Quando será necessário fazer um cateterismo cardíaco?
Antes de responder essa pergunta, existe outra a ser respondida: quando você deve procurar um cardiologista? Geralmente, recomenda-se que, a partir dos 40 anos de idade, todas as pessoas façam uma avaliação cardiológica de rotina. Indivíduos com histórico de doença cardíaca na família ou que apresentem fatores de risco, como diabetes, hipertensão, fumo, obesidade ou aumento de colesterol devem fazer esse tipo de avaliação mais cedo ainda.
Por outro lado, ao observar a presença de sintomas que possam sugerir a presença de uma doença cardíaca – dor no peito, cansaço, falta de ar, palpitações – o cardiologista deve ser consultado, independente da idade do paciente. A partir dessa consulta, o médico cardiologista irá solicitar os exames necessários para avaliar a presença ou não de problemas cardíacos. Esses exames normalmente incluem exames laboratoriais e exames não invasivos como o eletrocardiograma, o teste ergométrico e o ecocardiograma, entre outros. Dependendo dos resultados desses exames iniciais ou da intensidade ou gravidade dos sintomas apresentados pelo paciente, pode ser necessária a realização de uma avaliação invasiva pelo cateterismo cardíaco diagnóstico.
Esse procedimento é realizado por um Cardiologista Intervencionista e serve para confirmação da suspeita diagnóstica e para a definição da melhor estratégia de tratamento.
A saber:
O Cardiologista Intervencionista é um cardiologista que tem especialização na área de realização de exames e procedimentos por cateter. Isso inclui o tratamento das obstruções das coronárias, das doenças das válvulas cardíacas e de outras doenças que envolvam o coração e o sistema vascular.
A realização do cateterismo do coração utilizando a punção de uma veia (geralmente localizada na região da virilha) é, na maioria das vezes, feita nos pacientes (crianças ou adolescentes) portadores de malformações congênitas do coração ou no estudo das arritmias e dos bloqueios do sistema de condução elétrico do coração (esse último tipo de cateterismo é chamado de estudo eletrofisiológico). Nas demais modalidades de cateterismo cardíaco, utiliza-se a punção de uma artéria localizada na região da virilha (chamado cateterismo pela via femoral) ou na região do punho (chamado de cateterismo pela via radial).
Após a punção da artéria, cateteres são avançados até a junção da artéria aorta com o coração e os óstios das artérias coronárias (coronárias direita e esquerda) são cateterizados. Através do cateter, é injetado um tipo de contraste que opacifica as coronárias, sendo realizadas injeções em vários ângulos diferentes para determinar a presença ou não de obstruções. Essas imagens são registradas e armazenadas em um CD. Ao final do exame é necessário estancar o sangramento pelo local da punção da artéria.
Se o exame foi realizado pela virilha, é feita uma compressão manual do local da punção por 15-20 minutos e, posteriormente, o paciente necessita permanecer deitado por um período de 4-5 horas a fim de evitar a ocorrência de sangramentos no local. Por outro lado, se o exame foi feito pelo punho, coloca-se uma pulseira no punho ou faz-se um curativo compressivo no local. Nesse caso, o paciente pode caminhar imediatamente após o final do exame, não havendo necessidade de repouso no leito. Na maioria dos casos, a cinecoronariografia é realizada de forma ambulatorial, com o paciente sendo liberado para casa após 3-4 horas quando realizado pelo punho e após 5-6 horas quando realizado pela virilha.
2. Como podem ser tratadas as obstruções das coronárias?
O tratamento de obstruções das coronárias pode ser feito de duas maneiras. A primeira delas é por meio da cirurgia de peito aberto, em que são implantadas pontes de safena e de artéria mamária. Esse tipo de tratamento é reservado, hoje em dia, para os pacientes que possuem doença muito avançada ou muito difusa, em que várias coronárias e vários ramos apresentam múltiplas obstruções.
Nos dias atuais, na grande maioria dos casos é possível tratar estas obstruções de maneira menos invasiva por meio da angioplastia com implante dos stents coronários. A angioplastia consiste na dilatação das obstruções utilizando um cateter balão e, posteriormente, o implante das próteses metálicas, chamadas de stents. Geralmente, a angioplastia coronária é realizada no mesmo procedimento da cinecoronariografia apenas naqueles pacientes internados devido a quadros coronarianos agudos (como a angina instável e o infarto do miocárdio). Já nos pacientes estáveis, o cateterismo diagnóstico é realizado de maneira ambulatorial e a angioplastia programada para um outro momento.
O tratamento das obstruções das coronárias por cateter pode ser realizado por duas vias de acesso, da mesma maneira que o cateterismo diagnóstico. A primeira delas, utilizada há mais tempo, envolve a punção de uma artéria localizada na região da virilha (artéria femoral). Mais recentemente, outra via de acesso ainda menos invasiva foi desenvolvida, utilizando a punção de uma artéria localizada no punho (artéria radial). A utilização da artéria radial apresenta várias vantagens em relação ao acesso tradicional, pela virilha. Você pode obter mais informações sobre essa via de acesso e suas vantagens na aba “Acesso Radial”.
3. Que outros tipos de tratamento podem ser feitos por cateter?
Em anos recentes, houve uma expansão das indicações e das técnicas de tratamento por cateter para permitir também a abordagem de outras doenças além das obstruções das artérias coronárias. Dessa forma, técnicas por cateter podem ser empregadas para o tratamento das disfunções da válvula mitral (estenose e, mais recentemente, a insuficiencia), da válvula aórtica (estenose e insuficiencia), a correção de defeitos congênitos em adultos (persistência do canal arterial, comunicação interventricular e interatrial, fístulas), miocardiopatia hipertrófica e para a prevenção do acidente vascular cerebral (oclusão forame oval patente e do apêndice atrial esquerdo).
Os resultados de excelência da abordagem por cateter e a confirmação da sua eficácia em estudos clínicos controlados fazem com que, em muitos casos, este tipo de tratamento seja atualmente considerado o método de eleição na maioria dos pacientes, reservando a correção cirúrgica convencional (com abertura do tórax) como uma segunda opção.
Muitas perguntas chegam à nossa clínica de cardiologia em Porto Alegre. O médico Cardiologista Intervencionista Dr. Gilberto Lahorgue Nunes esclarece as principais dúvidas dos pacientes, de forma a reduzir a ansiedade com relação ao procedimento.
Confira algumas das questões e dúvidas mais frequentes trazidas pelos nossos pacientes.
O cateterismo cardíaco é um exame necessário, muitas vezes, para o esclarecimento de doenças cardíacas e definir o grau de severidade do comprometimento cardíaco. Hoje em dia, esse é um procedimento de rotina e extremamente seguro, com baixo risco de complicações ou de morte.
O risco de morte durante um cateterismo cardíaco é em torno de 0,05%, e a chance de haver alguma complicação vascular grave (relacionada ao local no qual foi feita a punção da artéria) também é absolutamente infrequente, com incidência de 0,2 a 0,3%. Outras complicações, como a ocorrência de um acidente vascular cerebral ou a necessidade de realização de cirurgia de urgência também são muito raras (incidência < 1%).
Na maioria dos casos, o cateterismo cardíaco é utilizado como sinônimo da cinecoronariografia, que é um tipo de cateterismo do coração cujo objetivo é visualizar as artérias coronárias (que são os vasos que irrigam o músculo cardíaco) a fim de detectar a presença ou não de obstruções (ou bloqueios) dessas artérias. Este tipo de exame geralmente tem uma duração média de 20 a 30 minutos. Quando o cateterismo é realizado para fins de tratamento, o tempo de duração do procedimento depende da complexidade do caso a ser abordado.
Como é a recuperação após um cateterismo?
O tempo de recuperação no hospital depende da via de acesso utilizada para realização do exame. Se foi pela artéria do punho, o paciente fica em observação por um período de três a quatro horas. Durante esse tempo, o paciente pode ficar sentado e caminhar. O curativo (ou a pulseira) é retirado ainda no hospital, sendo substituído uma bandagem simples (tipo Band-Aid), antes da liberação para casa.
Se o procedimento foi realizado pela virilha, o tempo de recuperação no hospital é de cinco a seis horas. Durante esse período o paciente deve ficar deitado e sem mexer a perna na qual foi realizado o exame, não podendo sentar nem caminhar. Após a alta para casa, recomenda-se não forçar a perna do exame até o dia seguinte.
É normal sentir dor no braço após um cateterismo pelo punho?
Desconforto ou dor intensos associados ao cateterismo são raros, especialmente quando o exame foi realizado pelo punho. O desconforto associado ao procedimento é, de modo geral, de leve intensidade e restrito ao período durante o qual os cateteres são manipulados. Após a retirada dos cateteres, o paciente pode sentir uma sensação de pressão no punho pela ação do curativo compressivo ou da pulseira de compressão (que são utilizados para selar o local da punção da artéria). Se após a alta do hospital o paciente persistir com desconforto significativo ou desenvolver dor forte ao longo do braço, ele deve retornar ao hospital para ser reavaliado. Quando o procedimento é realizado pela virilha, o desconforto normalmente se restringe à necessidade de permanecer em repouso no leito. Dor ou a ocorrência de inchaço no local da punção não são normais e requerem reavaliação pela equipe médica.
Como é o preparo para o cateterismo?
O preparo para o cateterismo é bastante simples, sendo recomendado apenas que o paciente fique em jejum por um período de seis horas antes do exame. Se o paciente é diabético e usa uma medicação à base de uma substância chamada metformina, recomenda-se que ela seja suspensa na véspera do exame. Se o paciente usa algum tipo de anticoagulante (medicamentos que impedem a coagulação do sangue) deve comunicar o nome do medicamento ao fazer o agendamento do exame a fim de ser orientado quanto ao tempo de suspensão deste medicamento.
No caso de o paciente ter apresentado anteriormente alergia ao realizar um exame que utiliza contraste a base de iodo (como por exemplo a tomografia) este histórico deve ser comunicado ao fazer o agendamento do exame, pois nesses casos é recomendado o uso de medicamentos antialérgicos antes da realização do procedimento. Também é recomendado que pacientes com histórico de alergia intensa a frutos do mar ou a algum medicamento comunique esse fato previamente.
Após o cateterismo, o paciente sente muitas dores?
Não, o normal é não sentir dor nenhuma ou mínimo desconforto após o exame, especialmente após a liberação para casa. A presença de dor importante não é normal e pode significar a ocorrência de algum tipo de complicação. Nesse caso, o paciente deve retornar imediatamente ao hospital aonde o exame foi realizado para ser avaliado.
Quais os efeitos colaterais do cateterismo?
O cateterismo cardíaco não apresenta efeitos colaterais. As reações mais comuns relacionadas à realização desse exame são o desconforto decorrente da progressão e/ou manipulação dos cateteres, náuseas e, eventualmente, os vômitos. O cateterismo cardíaco é um exame altamente seguro e, quando realizado por profissional experiente e utilizando técnica adequada, as complicações são extremamente raras. Na maioria esmagadora dos casos, é um exame muito bem tolerado, rápido e associado a mínimo desconforto.
As complicações que podem acontecer são geralmente relacionadas ao local da punção da artéria, como os hematomas, o pseudoaneurisma e a fistula arteriovenosa (sendo estas duas últimas ocorrências pouco frequentes). Importante ressaltar que a realização do cateterismo pelo punho (pela via radial) reduz de maneira significativa o risco de surgimento de complicações no local da punção em comparação com o acesso pela perna (femoral), além de ser mais confortável para o paciente e permitir a liberação mais precoce do hospital.
O médico cardiologista Dr. Gilberto Nunes esclarece que esse é um procedimento bem menos complexo e menos invasivo do que a cirurgia de troca da válvula aórtica. Atualmente, o implante por cateter da válvula aórtica é realizado sem anestesia geral, apenas com uma sedação do paciente. Confira mais detalhes no post desta semana.
O implante de válvula aórtica por cateter, atualmente, é um procedimento bem menos complexo do que quando ele foi inicialmente proposto. Além disso, inicialmente, o implante por cateter era indicado apenas nos pacientes inoperáveis ou com alto risco cirúrgico. Com a evolução da técnica, atualmente este procedimento tem sido realizado em pacientes mesmo com risco cirúrgico baixo ou intermediário, com excelentes resultados e com um menor risco de complicações.
Na grande maioria dos casos, é possível fazer esse tipo de implante com uma sedação leve, sem a necessidade de anestesia geral. O acesso vascular é feito através de punção de artérias localizadas na região da virilha, ao contrário do que se fazia inicialmente, quando era feita uma exposição cirúrgica dessas artérias.
De maneira geral, o procedimento demora entre 60 e 120 minutos para ser realizado. O paciente acorda imediatamente após o final do processo e, geralmente, fica um período de 12 horas numa unidade de terapia intensiva ou numa sala de recuperação, onde possa ser monitorizado o seu eletrocardiograma e a sua pressão arterial. No dia seguinte, o paciente é liberado para o quarto e, na maioria das vezes, com um ou dois dias de internação, recebe alta para casa e pode retomar as suas atividades normais em um período muito curto de tempo.
Cabe ressaltar que a recuperação desse implante da válvula aórtica por cateter é muito mais rápida e menos traumática do que a alternativa que existia até o surgimento dessa nova técnica, que era a cirurgia de troca valvar com a abertura do tórax.
Cateterismo é o nome genérico que se dá a qualquer procedimento por cateter. Geralmente se refere ao exame diagnóstico feito para verificar se as artérias coronárias possuem alguma obstrução ou não. Nesse caso, é chamado de cinecoronariografia.
Já a angioplastia representa o tratamento de uma obstrução em uma coronária. É um procedimento no qual uma obstrução de coronária, detectada durante um cateterismo diagnóstico, é tratada ou no mesmo processo ou em outro subsequente. Utiliza-se, então, um balão para fazer a dilatação dessa lesão e, posteriormente, se implanta uma prótese metálica chamada stent coronário.
Essa é mais uma dúvida frequente que surge entre os pacientes da clínica Dr. Gilberto Lahorgue Nunes. O médico cardiologista esclarece que depende do objetivo da realização do cateterismo, se para diagnóstico ou se para tratamento.
Para voltar a correr após um cateterismo, vai depender do objetivo desse procedimento: se foi um cateterismo para diagnóstico ou se foi para se realizar o tratamento de alguma doença cardíaca.
No caso do cateterismo diagnóstico, recomenda-se que as atividades físicas sejam retomadas no dia seguinte ao exame. Isso, se a análise não mostrar nenhum problema cardíaco que necessite de tratamento invasivo.
Quando se refere a um cateterismo realizado para tratamento de alguma doença do coração, depende do resultado dessa intervenção: se o procedimento foi realizado com sucesso, se o problema que motivou o tratamento foi completamente resolvido e, também, de quando a alta do hospital vai ocorrer.
Normalmente, quando se faz um cateterismo para tratamento, é necessário ficar 24 horas internado. A recomendação é de que, estando tudo bem e com o problema resolvido, haja um retorno gradual às atividades físicas, de maneira que, após 15 ou 20 dias após a realização do tratamento, o indivíduo possa retomar as suas atividades físicas totais, ou seja, pode retornar a fazer o que praticava antes, inclusive correr.
O médico cardiologista Dr. Gilberto Lahorgue Nunes segue esclarecendo
dúvidas de pacientes e questões que chegam por meio de suas redes sociais.
Atenção para sinal de cansaço após cateterismo.
Não é normal sentir cansaço após o cateterismo. O procedimento não causa cansaço.
Se a pessoa apresenta cansaço ou dor no peito após o cateterismo é sinal de que algum problema aconteceu.
O cansaço pode ser um alerta para alguma complicação relacionada ao exame ou uma manifestação da doença cardíaca, que levou o médico a solicitar esse cateterismo.
Sentir-se cansado após o cateterismo é sinal de que alguma coisa não está indo bem e, consequentemente, o seu médico deve ser consultado imediatamente.
Após o cateterismo, é necessário que a pessoa fique um período de observação no hospital, que pode ser de 3 a 4 horas quando feito pelo punho, e de 4 a 6 horas quando pela virilha.
Geralmente, se a atividade profissional requer deslocamento, recomenda-se que isso ocorra no dia seguinte ao exame. Já se for um trabalho em casa, home office, no computador, por exemplo, é possível trabalhar no mesmo dia do procedimento após ser liberado para casa. “Sempre tendo o cuidado de, se o cateterismo tiver sido feito pelo punho, não forçar o braço no qual foi realizado, pegando peso ou digitando durante muito tempo no computador”, ressalta o cardiologista.
No caso de ter sido pela virilha, indica-se para o paciente não caminhar demais e não subir escadas frequentemente. Também é aconselhado, no caso de trabalhar sentado, tentar, na medida do possível, ficar com a perna em que foi feita a punção esticada.
O cardiologista Dr. Gilberto Nunes explica que os cuidados após a realização de um cateterismo estão diretamente relacionados ao local em foi feito o procedimento.
Os cuidados básicos após a realização de um cateterismo estão, geralmente, relacionados ao local no qual foi feita a punção da artéria para a realização do procedimento.
Quando o cateterismo for feito para diagnóstico, normalmente, o paciente fica de duas a três horas no hospital, se for feito pelo punho, e de quatro a seis horas, se feito pela virilha.
Em um cateterismo realizado pela virilha (via artéria femoral), nesse período de repouso a pessoa deve com a perna imóvel, para evitar ocorrência de sangramento no local da punção. Se o cateterismo for pelo braço (via radial), é feito um curativo compressivo, colocada uma pulseira, que vai sendo gradualmente desinsuflada, de maneira que a pessoa pode se movimentar livremente após a realização do procedimento.
Depois que o paciente de um cateterismo pelo punho for liberado para casa, a recomendação é de não fazer grandes esforços com o braço direito, no qual foi feito o exame, nas primeiras 24 horas, ou seja, não dirigir, não pegar peso.
No caso do cateterismo ter sido realizado na virilha, recomenda-se durante esse mesmo período (24 horas) não forçar demais a perna na qual foi realizado o exame, ou seja, não caminhar demais e não subir escadas de maneira frequente.
Muitas pessoas se referem a doenças cardíacas como sendo uma veia entupida no coração, trazendo uma pergunta recorrente: “como saber se a veia do coração está entupida?”. O médico cardiologista Dr. Gilberto Nunes esclarece que, inicialmente, é importante fazer uma diferenciação entre o que é veia e o que é artéria.
As veias são os vasos que drenam o sangue não oxigenado dos tecidos e o levam para o pulmão, onde ele é oxigenado. As artérias, por outro lado, são os vasos que conduzem o sangue oxigenado para irrigação e oxigenação dos tecidos.
Dessa forma, doenças acometendo veias cardíacas são extremamente raras. O que é muito mais comum são doenças acometendo as artérias coronárias, que são as que irrigam o músculo cardíaco. Podem causar desde quadros de angina, que é aquela dor no peito em aperto e que surge geralmente associada ao esforço físico, até a oclusão total das artérias coronárias, levando a uma situação de infarto agudo do miocárdio, no qual o músculo cardíaco, por falta de recebimento do sangue oxigenado e da sua irrigação, acaba morrendo e levando uma parte do músculo cardíaco a não funcionar ao longo do tempo.
Causas do “entupimento” das artérias – As pessoas perguntam “o que entope as veias do coração” – no caso as artérias coronárias. O processo de aterosclerose começa muito cedo na vida. Existem evidências de crianças e adolescentes já com pequenas placas de gordura nas artérias coronárias no seu estágio inicial nessa faixa etária. Fumo, obesidade, presença de colesterol alto, pressão alta e diabete contribuem para a progressão da obstrução ao longo dos anos, levando ao surgimento de sintomas – dor no peito ou cansaço desproporcional ao se fazer uma atividade física.
A detecção de obstruções ou de entupimentos em artérias cardíacas pode ser feita por meio de exames não invasivos, como teste ergométrico, cintilografia do miocárdio, ecocardiografia de estresse ou mesmo ressonância cardíaca.
Num extremo mais invasivo, o diagnóstico pode ser feito pelo cateterismo cardíaco, geralmente indicado quando o paciente apresenta um quadro instável, com risco de evolução para um infarto do miocárdio, ou quando os exames não invasivos mostram uma grande área do músculo cardíaco com irrigação deficiente.
Sobre o diagnóstico por cateter – Cateterismo cardíaco é o nome genérico que se dá para todos os procedimentos em que o coração é acessado por intermédio da introdução de cateteres, com a punção de uma artéria ou uma veia.
Na grande maioria dos casos, quando se fala em cateterismo cardíaco, está se referindo ao estudo realizado das artérias coronárias visando à detecção de obstrução ou de entupimento desses vasos.
Hoje em dia, esse tipo de procedimento diagnóstico invasivo é realizado basicamente para determinação da presença ou não de obstruções (estreitamentos) das artérias coronárias (neste caso, ele é chamado de cinecoronariografia).
Além de ser o padrão-ouro para a identificação dessas obstruções, a cinecoronariografia também determina se há a necessidade ou não do seu tratamento.
De modo geral, o cateterismo é um exame bastante rápido, realizado em torno de 15 a 20 minutos. No caso do cateterismo ser feito para tratamento de uma doença cardíaca, o tempo pode variar de 30 minutos a duas ou três horas, dependendo da complexidade do caso a ser tratado.
O tratamento das obstruções das coronárias por cateter pode ser realizado por duas vias de acesso. A primeira delas, utilizada há mais tempo, é feita pela punção de uma artéria localizada na região da virilha (artéria femoral). Mais recentemente, uma outra via de acesso ainda menos invasiva foi desenvolvida, utilizando a punção de uma artéria localizada no punho (artéria radial).
A utilização da artéria radial apresenta várias vantagens em relação ao acesso tradicional, pela virilha. Você pode obter mais informações sobre essa via de acesso e suas vantagens na aba “Acesso Radial”.